Lideranças e entidades manifestam contrariedade com instalação de pedágio na ERS-020 em Igrejinha

Proposta do Governo prevê uma praça no km 60,3 da ERS-020 Foto: Lilian Moraes

O anúncio do estudo prévio para a concessão de 1.131 quilômetros de rodovias estaduais à iniciativa privada segue gerando debates na região do Vale do Paranhana.
Desta vez, o assunto está despertando manifestações contrárias de lideranças igrejinhenses. Isso porque, conforme o Governo do Estado, uma das praças inclusas no plano fica no km60,3 da ERS-020, logo após a localidade de Lajeadinho, no interior da cidade.
No que diz respeito a intenção do Estado em instalar uma praça no trecho, o Prefeito de Igrejinha, Leandro Horlle, deixa claro que o município discorda da proposta. “Somos contrários a instalação de pedágios no território de Igrejinha ou de Três Coroas na ERS-020, por entender que nesses locais o fluxo interno de ambas as cidades seria afetado, além de onerar o cidadão em curtos deslocamentos”, ressalta.
A preocupação do chefe do executivo se dá por conta do fim do benefício de isenção para moradores, que é uma das conseqüências da concessão.
Entretanto, o estudo prevê descontos para usuários frequentes de todas as praças de pedágios. Motoristas de veículos leves e que utilizem o TAG nos automóveis para pagar o pedágio serão beneficiados com redução de 5% no valor da tarifa. Outra modalidade será o desconto progressivo escalonado, conforme o número de viagens realizadas dentro do mês, também via TAG:
• 4 a 7 viagens = 10%
• 8 a 11 viagens = 12,5%
• 12 a 15 viagens = 15%
• 16 a 19 viagens = 17,5%

Presidente do CDL com a palavra

Vinicio Morgenstern, presidente do CDL de Igrejinha/Três Coroas declara que a posição da entidade também é contrária em relação ao assunto. “Entendemos que a concessão de rodovias, tanto para manutenção quanto para ampliação de capacidade de tráfego, como é o caso do programa proposto, acaba por gerar aumento de custos em produtos e serviços”, pontua. “Avaliamos que movimentar e tratar este tema neste momento tão delicado de retomada da economia não é uma decisão oportuna, já que haverá mudança nas praças de pedágios e a criação de novas para comportar a arrecadação e a viabilidade do projeto, impactando negativamente, assim, diretamente nos negócios e na população”, finaliza.

Festas locais

Outro ponto destacado pelo presidentes das associações de moradores foi o fato de ambas as localidades realizarem tradicionais festas em suas comunidades. Tanto o Rochedo, quanto o Vale da Goiaba (Três Irmãos) organizam festas anuais. Com a instalação do pedágio, Schilling e Utz acreditam que o fluxo de visitantes irá diminuir. “Imagina quando a gente fazer um almoço, ou uma festa da comunidade, as pessoas vão ter que passar por uma cancela de pedágio, não tem vantagem”, opina Utz. No Vale da Goiaba a situação é semelhante.
De acordo com o Governo do Estado, o valor das tarifas ainda será definido em leilão, que tem previsão de acontecer em dezembro deste ano.

Análise de quem entende a realidade

Claudio Schilling, presidente da Associação de Moradores de Três Irmãos. “A nossa posição é de que não pode prejudicar os moradores. A sugestão é de que a praça seja colocada mais para a direção de São Francisco. Não colocar nessa posição, onde os munícipes do interior de Igrejinha precisam cruzar sempre que vão para a cidade.”

 

 

 

Gerson Utz, presidente da Associação de Moradores do Rochedo. “Sou totalmente contra. Acho que isso vai prejudicar a comunidade, porque a gente não tem nem um armazém para fazer compras aqui em cima, precisamos utilizar a via. Não tem como pagar pedágio para fazer coisas simples, como essas.”

 

 

Willian Procksch, presidente da Câmara dos Vereadores. “Sou favorável a concessão e a instalação de uma praça de pedágio por entender que a rodovia precisa de melhorias, mas ali naquele local não tem como aceitar, ele vai dividir nossa cidade. Vamos ter localidade que os moradores vão ter que pagar pedágio para ir na cidade fazer compras.”