Lideranças da região pedem por continuidade da duplicação na RS-239

Rodovia volta a ter pista simples após a ponte sobre o Arroio Tucanos, em Taquara. Foto: Matheus de Oliveira

Região – Apresentado em maio de 2021 pelo governo do Estado, o plano de concessão de rodovias estaduais tem avançado nos últimos meses. Dois editais foram publicados e um dos lotes já foi leiloado para a iniciativa privada. Enquanto isso, o bloco 1, que compreende rodovias dos vales do Paranhana e Sinos, passa por reavaliação.

A proposta apresentada inicialmente foi alvo de críticas de gestores e líderes da região devido às localizações dos pedágios, valores das tarifas e falta de investimentos essenciais como travessias, viadutos, duplicações e ciclovias. Um dos principais pontos levantados é a continuidade da duplicação da RS-239, no trecho entre Taquara e Rolante, vista como fator determinante para o desenvolvimento da região.

O presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento (Corede) Paranhana/Encosta da Serra, Delmar Backes, questiona como será a infraestrutura da região em 2050, lembrando que a concessão será de cerca de 30 anos. “É evidente que além de muitas melhorias na RS-239 precisamos de duplicações, inclusive entre Taquara e Rolante”, ressalta.

Questionado a respeito dos prazos para lançamento do edital do bloco 1 e da inclusão da duplicação nos termos da concessão, o governo do Estado informou que “o pacote está em reavaliação de premissas junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e consultores contratados, inclusive a praça de pedágio da RS-118. O escopo do bloco 1 a priori permanece igual ao da consulta pública.”

O modelo apresentado na consulta pública, realizada ao longo de 2022, inclui a RS-239 (km 13,23 ao km 88,77); RS-474 (km 0 ao km 32,64); RS-115 (km 0 ao km 41,97); e RS-020 (km 3,95 ao km 95,40), RS-040 (km 11,24 ao km 94,85); RS-235 (km 0 ao km 74,49); RS-466 (km 0 ao km 7,22); RS-118 (km 0 ao km 38,23).

Líderes comentam

Pedro Rippel, prefeito de Rolante
“Essa duplicação deveria acontecer pelo menos até a RS-474. Acho que para haver os investimentos necessários deve ser privatizado, pois o Estado não tem recursos. Sou favorável à concessão desde que esteja no edital a garantia de que vai haver aporte de recursos para essas melhorias”.

Sirlei Silveira, prefeita de Taquara
“A duplicação da RS-239 entre Taquara e Rolante é uma obra aguardada e reivindicada há muitos anos por nossa comunidade. São diferentes problemas envolvendo este trecho, como ultrapassagens perigosas, acidentes constantes e trânsito intenso de veículos, em alguns momentos com lentidão no tráfego”.

Delmar Backes, presidente do Corede
“Com o pedágio comunitário em Campo Bom, conseguimos manter sempre a taxa mais baixa do estado. Ao mesmo tempo, conseguimos duplicar a rodovia até Taquara. Se manter rodovia não fosse um bom negócio, não existiriam interessados. É um excelente negócio e a comunidade não pode pagar sem que seja entregue o combinado”.

Trabalho em conjunto
O presidente do Corede, Delmar Backes, lembra que com os valores da praça de pedágio de Campo Bom, foram realizados acessos asfálticos em toda a região. “É bom termos consciência de que enquanto muitas regiões do estado trabalham para que as cidades tenham acesso com asfalto, o Vale do Paranhana há muito tempo já conseguiu isso. E foi através da união e do trabalho conjunto”, reforça.

Delmar ressalta que é preciso ter muito cuidado com a localização das praças de pedágio, para que o valor possa ser mais baixo, tendo maior volume de pessoas pagando. “Não podemos pegar como exemplo a desastrosa concessão da RS-474. Uma rodovia nova, conquistada por uma luta do Corede, que faz a ligação da região com o litoral, mas colocaram um pedágio que só traz benefícios para uma empresa”. O presidente conclui lembrando que outra obra imprescindível é a ligação do asfalto entre Riozinho e Maquiné pela RS-239.

A duplicação até a RS-474 chegou a ser iniciada em 2010, no governo de Yeda Crusius, mas foi interrompida em 2012 por falta de recursos. De lá pra cá, a obra se deteriorou e diversas moradias irregulares foram construídas no perímetro.