Igrejinha terá mais novidades na área da economia e geração de empregos

Igrejinha – O prefeito de Igrejinha, Leandro Horlle, revelou que mantém diálogo com uma nova empresa que poderá se instalar na área industrial, às margens da RS-115. Um grandioso projeto que pode tornar Igrejinha autossustentável na geração de energia elétrica também foi citado. Confira.

 

Repercussão – O município possui um projeto de cercamento eletrônico em fase de implantação. Qual o estágio da iniciativa?
Leandro – A empresa está fazendo a instalação das câmeras nos 13 pontos que vamos ter cercamento eletrônico. Nossa estimativa é de que a conclusão desta etapa ocorra nesta semana com a respectiva instalação de todos os equipamentos. Posteriormente, precisamos viabilizar como última etapa a instalação do Centro de Monitoramento, que vai ficar junto da Brigada Militar. Acredito que em um período de 30 e no máximo 60 dias, vai estar em operação o sistema.
Na parte técnica de hardware, será necessário trazer um novo servidor que possui uma outra tecnologia, pois a tecnologia de cercamento elas precisam de muito mais tráfego de dados, pois processam muito mais informação do que as câmeras de monitoramento simples. E os equipamentos em utilização, atualmente, estão obsoletos. Por isso, será necessário fazer essa atualização tecnológica, mas isso é a última etapa. Ou seja, a próxima etapa é a instalação das câmeras, e depois, a instalação do equipamento e do software na Central de Monitoramento. Com isso, praticamente 100% do fluxo de entrada e de saída do município será monitorado. Todo esse investimento é com recursos próprios da prefeitura.

Repercussão – Um dos focos principais da prefeitura são as ações para gerar emprego e renda. Tem alguma novidade para o setor nos próximos meses?
Leandro – Possuímos diversas ações na área do desenvolvimento econômico. O maior projeto é o que envolve a empresa Usaflex, que representa um investimento significativo de produção contratada para os próximos cinco anos e, também, a Ambiente Verde, que além de representar crescimento de empregos e investimentos representa também um pólo econômico totalmente novo que é trazer em grande escala o reaproveitamento em um primeiro ponto de resíduos industriais para transformar em matéria-prima para novos produtos. Então, a Ambiente Verde tem esse viés de além de acrescentar economicamente da geração de tributos e renda com a geração de empregos, também vai trazer em grande escala uma tecnologia nova que é o reaproveitamento de lixo industrial.
No caso da Usaflex, teremos incremento no retorno de ICMS para Igrejinha. Ainda não temos números exatos, pois a estimativa é uma ampliação de 30 a 40% no faturamento da empresa. Mas, sabemos que aumentando o faturamento, com certeza, vai ampliar o Valor Adicionado para o município. O Valor Adicionado é o principal indexador utilizado pelo Estado para o retorno de ICMS aos municípios.
Para os próximos meses, poderemos anunciar uma outra novidade. Seria a ampliação da atual área industrial existente e que abriga a Ambiente Verde. Ou seja, nós faríamos mais uma etapa de infraestrutura junto a essa área. Estamos negociando com uma outra grande empresa a instalação de uma outra unidade industrial. O que posso abrir é que os empresários estão, neste momento, analisando a viabilidade técnica da área. Se a área for viável tecnicamente, há grandes chances de fechar negócio conosco. Só falta a parte da engenharia da empresa.

Repercussão – A cidade possui bonitas paisagens que abrigam empreendimentos na área do turismo rural na Estrada Edgar Willy Wolff. Qual o estágio das obras?
Leandro – A Estrada Edgar Willy Wolff está com mais da metade dos trabalhos concluídos na parte de pavimentação. Acreditamos que em um prazo, de 30 a 60 dias, a obra vai estar 100% concluída. Os trabalhos andaram em uma velocidade, de certa forma, surpreendente do que havíamos previsto inicialmente, que era concluir em dezembro de 2023. A empresa por aspectos internos optou por executar a obra com mais velocidade para aproveitar da melhor forma as suas equipes. Nossa projeção é que tudo fique concluído no mês de julho ou agosto. São quase 7 quilômetros de pavimentação concluindo esse projeto importante de pavimentação, que vai permitir quase que uma ligação direta com Gramado passando por Três Coroas.
Temos feito uma série de qualificações em pontos específicos, mas as grandes obras foram realizadas em 2022. Nossa estimativa de que a Serra Grande, o pacote de R$ 7 milhões e mais todas as iniciativas que já fizemos desde 2021, acredito que alcançamos cerca de 20 quilômetros de pavimentação asfáltica.

Repercussão – Quais os outros projetos que a prefeitura planeja ou executa na parte do turismo?
Leandro – Na área do turismo, estamos iniciando dois projetos novos. Um deles que está muito bem encaminhado é a questão da pavimentação da estrada que dá acesso ao Parque Alto da Pedra. Conseguimos um recurso de emenda parlamentar através do deputado federal Marcel van Hattem (Partido Novo), e dessa forma, vamos fazer essa pavimentação tão necessária na Estrada Edgar Willy Wolff e o topo do Morro Alto da Pedra, onde se localiza o primeiro Parque Municipal que, atualmente, está concedida ao Clube Serra Grande de Voo Livre. Esse é o nosso projeto prioritário depois da conclusão da Estrada Edgar Willy Wolff.

Repercussão – Empreendimentos como pousadas também ajudam na geração de emprego e renda. A prefeitura tem apoiado ações nesse setor?
Leandro – Recebemos sondagens todos os dias sobre início de obras e, agora, estamos aguardando o início de um empreendimento de mais cabanas na Serra Grande. Na realidade, é uma ampliação de um projeto existente, que é na área de gastronomia, que é o Restaurante Mirante, e agora, vai ter ao lado dele, um local de hospedagem que são cabanas de alto padrão aproveitando a questão da vista para o Vale do Paranhana e do Sinos. Essa obra temos pedido de auxílio para o município incentivar com a preparação de solo e os empreendedores querem iniciar este ano ainda a construção dessas cabanas no local. Recebemos, seguidamente, sondagens de investidores que estão pretendendo fazer a construção de meios de hospedagens.

Repercussão – E o Monte da Fé? Qual a projeção de conclusão para reabrir o local?
Leandro – A obra está em pleno andamento. A primeira etapa que era a questão da concretagem do bloco de reforço estrutural que vai permitir a estabilização e aumentar a capacidade de resistência da cruz foi executada e, agora, está aguardando a cura do concreto armado. A partir do momento que esse concreto armado estiver 100% seco, vamos entrar com a equipe da estrutura metálica que vai fazer a conclusão da montagem e do revestimento da nova cruz, que vai ter tamanho e forma, proporção idêntica a original, evidentemente, com o acréscimo desse concreto armado que é para termos mais estabilidade e não corrermos o risco de ter um novo acidente em função das condições climáticas. A cruz vem desmontada e vai ser montada no local com auxílio de guincho.

Repercussão – Quais as perspectivas do município no tema do saneamento após a privatização da Corsan?
Leandro – O município entende como deficitário o serviço prestado pela Corsan. Sabemos que a qualidade da água é indiscutível. As limitações que a Corsan tem para investimentos que necessitamos são grandes. Não assinamos o contrato de renovação, ou seja, o aditivo de prazo com a Corsan entendendo que seria muito prejudicial o município não ter as garantias da execução dessas obras de ampliação necessárias. Hoje, Igrejinha tem a possibilidade de ampliação estrutural e da cidade às margens da RS-115, mas não temos sequer, abastecimento de água junto à rodovia. Temos vários projetos comerciais, industriais e de loteamentos residenciais que estão aguardando a Corsan ampliar as redes de água para poder atender essas necessidades. Ciente dessa dificuldade que a Corsan tem de atender a crescente demanda de expansão, Igrejinha não assinou o aditivo de prazo e compôs, conjuntamente com os municípios de Parobé e Riozinho, um Consórcio Regional para fins de discussão desse tema de forma comum. Quando a venda da Corsan for efetivada, haverá uma nulidade contratual dos contratos não aditados e o município de Igrejinha e os integrantes desse consórcio, poderão fazer uma contratação através de um edital de licitação com a própria Corsan ou com qualquer outra empresa que vença a licitação. Estamos aguardando a definição jurídica com relação a isso para definir os próximos passos em relação ao tema. A venda da Corsan deve ser concretizada e fazendo com que os contratos não aditados não percam vigência jurídica, a partir dali, os municípios que não assinaram o aditivo vão poder tomar outros mecanismos jurídicos para fazer essa contratação através de uma nova licitação.

Repercussão – A educação recebeu investimento de R$ 2 milhões no Cemae. Teve ainda a aquisição de kits pedagógicos. A educação sempre tem um olhar especial?
Leandro – É necessário sempre um olhar especial nas áreas da educação e saúde. Claro, sem desmerecer todas as áreas que envolvem a Administração. Essas são as áreas que mais têm necessidade de constante atenção do Poder Público. A educação de Igrejinha é um destaque nacional, já recebeu premiações e temos, seguidamente, premiados com índices de qualidade excelentes e para manter esses patamares precisamos manter os investimentos. E uma das questões principais é a questão do Cemae, que é o contraturno, e é uma necessidade para que o município tenha turno integral atendendo essas crianças que moram em localidades ou em situações de vulnerabilidade. A projeção do Cemae está com o cronograma atrasado devido as limitações da própria empresa, mas o município tem, frequentemente, acompanhado e a nossa expectativa é que ela vá terminar esse ano. Paralelo a isso, fizemos a aquisição de kits pedagógicos para noções básicas de robótica nas escolas, para que possamos aprofundar esse tema no futuro, sabendo da importância que essa área do conhecimento tem na formação das nossas crianças.

Repercussão – Igrejinha possui olhar especial na área da sustentabilidade. Alguma iniciativa para acontecer?
Leandro – Estamos caminhando com muita seriedade. Entregamos 18 obras para a comunidade de Igrejinha e temos, ao menos, 6 a 7 obras em andamento. Devemos ter nos próximos dias, além da conclusão do cercamento eletrônico, a conclusão integral da implementação do sistema de iluminação LED em toda a cidade. Foi um megaprojeto que lideramos. E, ainda, estamos com um olhar muito especial voltado para a questão das energias renováveis. Contamos com um projeto elaborado para tentar criar a sustentabilidade do município na geração de energia. Ou seja, queremos tornar o município autossustentável em algum momento, para diminuir esse custo com energia elétrica. Além disso, no aproveitamento do lixo doméstico, pretendemos aumentar o índice de reciclagem que já é bom na cidade, temos um índice de aproveitamento de 18%. Queremos estabelecer projetos para elevar esse percentual, ao menos, até 50%.