Gratuidades geram impacto negativo e empresa roda no prejuízo em Parobé

 Parobé – Um conjunto de situações conjunturais e econômicas tem gerado preocupação para a empresa detentora da concessão pública do transporte coletivo – a Transportes Reis -, lideranças políticas e a própria Prefeitura.
Com a elevação constante e periódica do preço do óleo diesel, da adesão em massa dos ex-passageiros do transporte coletivo ao uso de aplicativos e a possibilidade de ter acesso ao veículo próprio, o proprietário da empresa detentora da concessão, em Parobé, Valdir Nelci dos Reis, se vê em uma verdadeira rua sem saída. Com minguados passageiros e a margem de lucro cada vez menor, de dois anos para cá, viu a ascendência meteórica de um novo modelo de transporte de passageiros, neste caso, os aplicativos. Mas, assim como ocorre em outros municípios da região, este não é o único problema. Ainda é necessário enfrentar e dividir espaço com os motoristas que operam na clandestinidade neste setor, ou seja, não são nem taxistas nem motoristas de aplicativo. “Nos locais chaves onde há paradas, estes clandestinos encostam o carro e chegam a cobrar R$ 3,00. Isso eu não estou inventando, é a pura verdade”, denuncia o empresário do ramo do transporte público de passageiros.
Esta situação, aliás, é de conhecimento do secretário de Defesa Civil, Segurança, Cidadania e Mobilidade Urbana, Ricardo Juarez Santos. “O maior problema são os clandestinos. Eles colocam cartões de visita em locais chave e acabam tirando usuários do transporte público e temos dificuldade em autuar e multar quando ocorre este tipo de situação”, descreve o secretário.

Medidas que a Prefeitura pretende adotar para diminuir os impactos à empresa local

Atento à legislação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), Juarez explica que o CTB não impede ninguém de desembarcar em paradas (estratégia usada pelos clandestinos). “Não podemos nem multar, só se o cara estiver parado. Fomos atrás para ver e está especificado e não é proibido de qualquer pessoa parar em paradas de ônibus. É proibido ficar parado. Quando percebem que estamos monitorando, eles recuam e o próprio usuário diz que é parente do condutor. É uma situação complicada. E quem sofre são as empresas e os taxistas, que acabam se tornando vítima”, analisa o secretário Ricardo Juarez.

Gratuidades também são problema

Proprietário dá detalhes da operação

Atualmente, a Transportes Reis, mantém cinco linhas circulando pelos principais locais de Parobé. Com uma tarifa de R$ 3,60, há casos em que, literalmente, a empresa não consegue cobrir as despesas pela circulação com os ônibus. “Reduzimos as linhas no que foi possível.Contamos com dez funcionários e temos sete ônibus no total. Procuro sempre manter um diálogo com a Prefeitura, até cobro mais fiscalização de quem possui as gratuidades. O que precisa ser feito é uma revisão nas gratuidades e não pode ficar liberando facilmente. Atualmente, contabilizamos que mais de 40% dos usuários que utilizam o nosso serviço é composto por pessoas que têm essa gratuidade”, lamenta Reis.

Quem tem direito às gratuidades

I – pessoas deficientes físicas, mentais ou sensoriais;

II – pessoas idosas com idade igual ou superior a 65 anos;

IlI – pessoa por motivos de saúde debilitada que necessite de transporte coletivo para sua locomoção;

IV – o acompanhante das pessoas descritas nos incisos anteriores quando, para sua locomoção, dependam de terceiros.

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