Futuro indefinido para os leitos de UTI que operam há dois meses em Parobé

Dez leitos estão em operação no hospital desde a primeira semana de julho Fotos: Matheus de Oliveira

Parobé – Instalados no início de julho para reforçar o combate à epidemia do coronavírus no Estado e na região,
os dez leitos de UTI do Hospital São Francisco de Assis, em Parobé, possuem um futuro incerto. Não há garantias por parte do governador Eduardo Leite de que as unidades continuem operando em um cenário de pós-pandemia.

 

A projeção inicial era de que a UTI fosse custeada pelo Ministério da Saúde de forma emergencial, enquanto durasse a crise sanitária, mas nem mesmo essa passo foi dado. “Hoje o hospital já usou todos os recursos que entraram de emendas parlamentares e de recursos emergenciais para custear a UTI. Ainda não recebemos recursos do Governo do Estado ou do Governo Federal”, contextualiza o diretor do HSFA, João Schmitt.

 

O processo pedindo habilitação emergencial dos leitos foi encaminhado pelo Estado e as últimas informações dão conta de que o custeio ainda não foi aprovado em Brasília, conforme o diretor. Ou seja, os esforços se dispersam em duas frentes: buscar a homologação emergencial dos dez leitos e articular a permanência da Unidade de Tratamento Intensivo após a estabilização nos casos de Covid-19.

 

Antes da pandemia, hospital já tinha planejamento de ter UTI para atender pacientes adultos

O pavimento onde funciona a UTI foi projetado para comportar uma UTI Neonatal, mas foi utilizado de forma emergencial por estar com sua estrutura pronta. A área destinada ao atendimento adulto ainda não foi concluída e depende da entrada de novos recursos para a instituição.

Governador contextualiza

Presente em Taquara na última semana para conversar com lideranças sobre a proposta de Reforma Tributária do Estado, Eduardo Leite foi questionado pela reportagem sobre a manutenção dos leitos em Parobé. “O Ministério da Saúde demora um pouco a fazer essa habilitação, mas a SES já está fazendo a gestão para que nós possamos, se for o caso, nos próximos dias, anunciar que o Governo do Estado vai cobrir os custos até que o Ministério faça habilitação desses leitos”, diz, sem garantir a permanência no pós-pandemia.

Mais UTI’s

O governador foi enfático em sua resposta ao citar o aumento das unidades: “Nós já garantimos para o Estado, até aqui, 92% de aumento de leitos de UTI no SUS. Fazendo praticamente seis meses que estamos na pandemia, fizemos o que se fez em décadas de SUS no Estado. Foi um investimento muito forte em parceria com Governo Federal, Ministério da Saúde, prefeituras e hospitais que garantiu esse aumento de estrutura. Eram 933 leitos de
UTI e já vamos a praticamente 1800 leitos no SUS no Rio Grande do Sul, que garantiram que ninguém ficasse sem atendimento nesse período da pandemia.”