Fechado há 13 anos, Marsul vê luz no fim do túnel e projeta reabertura

Museu Arqueológico do RS fica às margens da RS-020, no quilômetro 4. Fotos: Matheus de Oliveira

Taquara – Fechado desde 2008 em função de problemas estruturais e por falta de recursos humanos, o Museu Arqueológico do RS (Marsul) tem definidos os passos que devem levar à sua reabertura para visitação pública. O planejamento passa pela desocupação do prédio administrativo, que atualmente sedia o museu municipal Adelmo Trott, e a reforma da parte expositiva, prevista para ocorrer entre o fim do ano e início de 2022.

Diretor do Marsul, o historiador Antônio Soares explica que a prioridade é investir pesado na parte mais afetada pela degradação ao longo dos anos, que é justamente o local destinado às exposições. “O governo autorizou recursos para aplicar na reforma do museu. Há uma estimativa técnica de que seja R$ 1,5 milhão, mas ainda não há nada oficialmente liberado”, contextualiza. A restauração incluirá o prédio administrativo, que atualmente está ocupado pela Prefeitura.

No início de 2020, a Secretaria Estadual da Cultura (Sedac) ingressou com um processo de reintegração de posse contra o Executivo taquarense em função da ocupação irregular da área do Marsul. Após novas tratativas, ficou acordado que a Sedac irá retirar o processo em contrapartida à saída da Prefeitura do local. “Ganha a sociedade de Taquara, porque terá seu museu mais próximo da cidade e um museu de projeção nacional reabrindo as portas”, pontua Soares.

Acervo significativo para a história

O diretor do Marsul lembra que o museu tem um dos acervos mais significativos para a compreensão da ocupação humana na América Latina. “Como os seres humanos chegaram até aqui? Este acervo de culturas pré-coloniais está aqui. Pretendemos com a reabertura demonstrar essa história de ocupação humana”, conclui Soares, projetando um grande evento e uma exposição de alto nível para marcar a volta da visitação pública.

Sobre a devolução do prédio

A devolução do prédio anexo ao Marsul, ocupado pela Prefeitura (foto abaixo), foi tema de um encontro recente entre a prefeita Sirlei Silveira e a secretária estadual de Cultura, Beatriz Araujo. “Estamos fazendo levantamento de possíveis lugares para instalar o museu. Como o acervo é grande, precisa ser um lugar com espaço, arejado e de fácil acesso, pois o museu é frequentado pelas escolas e comunidade. Assim que tivermos um novo endereço, será organizada a mudança, que necessitará de cuidados, pois alguns objetos são frágeis e centenários”, se posiciona a Prefeitura, em nota.

O foco na reabertura do museu com recursos da Sedac vem desde o início do ano, com reformas pontuais. Uma das mudanças foi a substituição dos pontos mais comprometidos da rede elétrica. A próxima será em algumas lajes afetadas pela ação do tempo.