Especial Parobé 37 anos: Fazendas foram fundamentais para economia e desenvolvimento

 Por Lilian Moraes

Desde a sua fundação, a Fazenda Conceição do Funil e a Fazenda Pires foram fundamentais, tanto para a economia local quanto para o desenvolvimento de Parobé. De acordo com a professora e historiadora Eloisa Elena da Silva, colaboradora do livro Raízes de Nova Hartz, que conta parte da história de Parobé abordando como assunto o surgimento das fazendas que deram origem a cidade. As sesmarias, modo em que eram divididos os territórios pela coroa portuguesa, tinham como intuito cultivar as terras ainda virgens, que eram doadas para nobres e funcionários da Coroa. Este sistema foi adotado pelo governo brasileiro no período colonial e de acordo com Dóris Fernandes Magalhães, doutora em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, as fazendas que constituíram Parobé foram adquiridas através deste processo. Conforme Dóris, há registros datados de 1821, onde constam que Antônio Ribeiro de Carvalho solicitou a posse da sesmaria das terras onde se encontra o município de Parobé. Documentos dão conta de que Antônio era posseiro e de acordo com José da Costa Porto, estudioso do sistema sesmarial, essa era uma das formas mais fáceis de acesso à terra, “para colonos pobres e que não tinham condições de enfrentar a burocracia”, explica.
Depois de possuir o terreno, Antônio vendeu a propriedade para Antônio Ferreira Maciel e sua esposa Angélica Maria da Conceição, que venderam para Manoel Pires da Cerveira. Depois de adquirir o território, Cerveira denominou o local de “Fazenda Pires” e ela foi fragmentada. Com a morte do dono da terra, a sua mulher, dona Florinda Constância de Jesus, recebeu uma metade da sesmaria de herança, dividindo a outra metade entre seus filhos.

Acontece então, a divisão das terras

Após o falecimento do patriarca da família, os filhos que ficaram com a outra metade do território acabaram fazendo o inventário das terras depois de 57 anos, segundo o livro Raízes de Nova Hartz, o motivo dessa demora na divisão teria sido o alto custo que teriam para pagar sobre o documento. A separação das terras aconteceu, de fato, apenas em 1891 quando os herdeiros e compradores fizeram a divisão e demarcação das terras. Maria Narcisa e Alexandre Pires Cerveira, filhos de Manoel Pires Cerveira realizaram o inventário. Maria faleceu em abril de 1854 e teve seis filhos. Desde então, as terras foram ganhando outras denominações e outros donos, pois foi Alexandre e Maria que começaram a promover a venda das terras, no entanto, alguns dos nomes mais tradicionais ainda continuam até hoje.
Atualmente, o desenvolvimento territorial de Parobé segue crescendo e de acordo com o livro Raízes de Nova Hartz, ainda restam poucos lotes de 1000m² (as chamadas chácaras) de fazendas que deram origem à Parobé. Destes territótios ainda existem alguns bairros com nomes das antigas propriedades, como: Fazenda Martins, Fazenda Pires e Funil, fazendo alusão à Fazenda Conceição. Segundo dados divulgados em uma pesquisa de estimativa realizada pelo Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2018, Parobé conta com uma população de 57660 habitantes, o que torna 2018 o município, o maior da região do Vale do Paranhana.

Foto: Arquivo/Prefeitura Municipal de Parobé