Faltam profissionais capacitados para diversos trabalhos na região

Empresa de Rolante está ensinando um grupo de pessoas; ideia é contratá-las quando novo espaço for inaugurado em Parobé (Foto: Divulgação)

Região – Há vagas disponíveis em todas as agências do Sistema Nacional de Empregos (Sine) da região. No entanto, há escassez de mão de obra qualificada para diversas dessas oportunidades de emprego.

Esse é um dado confirmados por coordenadores das agências dos vales do Sinos e do Paranhana. Eles apontam vagas que são difíceis de preencher, entre elas, costureira de calçado, fresador, mecânico com diversas especializações, motorista de caminhão e carreta, funções na área da metalurgia e técnico em informática.

A coordenadora do Sine de Sapiranga, Simoni Hagg, contou sobre as dificuldades no município, e acredita que a falta de profissionais em determinados serviços é recorrente do aumento de aberturas do Micro e Pequeno Empreendedor (MEI). “Percebemos grande dificuldade dos empregadores em conseguir pessoas qualificadas. Quando nos passam cadastro, elas ficam abertas para outros Sines também e a procura é pouca. Não sei o que está acontecendo, isso ocorre em várias áreas. Acredito que isso é reflexo de muitos incentivos por parte do governo e tivemos muitas pessoas abrindo MEI´s, que estão tentando sobreviver”, disse ela, citando que a dificuldade maior está em conseguir costureira, mecânico, soldador e do ramo de metalurgia.

Empresa opta por ensinar para conseguir contratar profissionais da área

Em Parobé, o coordenador do Sine, Edson Palhano, conta que uma das formas para tentar amenizar a falta de profissionais capacitados para determinados trabalhos está sendo ensinar a profissão. “Uma empresa de móveis de Rolante, por exemplo, quer abrir 200 vagas aqui. Hoje, não temos essa mão de obra. Então, um grupo de pessoas está indo a Rolante para aprender as funções e, posteriormente, ser contratado”, contou ele. A parceria com sindicatos, para suprir demanda do calçado, também tem sido a saída. “Estamos fazendo o que está ao nosso alcance”.

BUSCA ATIVA

A dificuldade em conseguir profissionais também está atrelada à remuneração financeira, como cita o coordenador do Sine de Parobé. “Tudo tem dois lados. Muitas pessoas também não querem uma profissão que ganhe pouco. Por outro lado, temos funcionários que as vezes trabalham pouco tempo em uma empresa e querem entrar com ação da justiça contra ela; está muito difícil a situação”.
O coordenador da agência de Campo Bom, Cleber Nunes da Silva, explica que tenta se aproximar das pessoas procurando por vagas. “Procuramos ver o perfil delas, o que querem, o que sabem fazer, suas intenções… E, assim, com um trabalho mais a miúde, estamos conseguindo encaixar muitas pessoas”, completou.

 

Palavra de coordenador

Simoni Haag, Sine de Sapiranga. “Há uma grande dificuldade dos empregadores em conseguir pessoas qualificadas. Não está havendo a busca por vagas no Sine ou diretamente nas empresas. Acreditamos que isso reflete os incentivos do governo e também porque houve muitos empregos formais, pessoas abrindo MEI´s para tentar sobreviver”.

Cleber Nunes da Silva, Sine de Campo Bom. “Na área de TI, por exemplo, batemos a cabeça para encontrar pessoas capacitadas. As empresas, posso afirmar, na sua maioria, não dizem mais que querem profissional com conhecimento. O critério básico, hoje, que não existia antes, é: alguém que queira trabalhar”.

Edson Palhano, Sine de Parobé. “Assim como na região, em Parobé não é diferente. Um exemplo dessa dificuldade é para costureira de calçado; é uma profissão com pouca mão de obra, mas também que paga pouco em contrapartida. O que percebemos é que com a dificuldade de qualificação, 60% das vagas ofertadas pelo Sine não se exige experiência”.