Falta de anestésicos no mercado preocupa os hospitais do Vale do Paranhana

Em Parobé, a assessoria informou que o estoque de medicamentos deve durar para os próximos 30 dias Foto: Matheus de Oliveira

Região – Embora não tenha registros de casos de internação pela covid-19 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), os hospitais do Vale do Paranhana têm encontrado mais uma dificuldade nesse momento de pandemia: a falta de anestésicos no mercado. Com isso, a compra destes medicamentos tem se tornado uma dor de cabeça para as casas de saúde.

Em Igrejinha e Parobé, mesmo com as adversidades, uma compra foi realizada recentemente. Entretanto, o aumento dos valores preocupa e acende um sinal de alerta nas instituições (veja no quadro abaixo, a diferença dos preços de medicamentos adquiridos em Igrejinha). Na Fundação Hospitalar Dr. Oswaldo Diesel, de Três Coroas, conforme a assessoria de imprensa, o volume de anestésicos usado é menor, mas a dificuldade para comprar é a mesma dos outros hospitais.

Em Taquara, o Hospital Bom Jesus informou que o HBJ não encontrou dificuldades na aquisição dos medicamentos.

Já em Riozinho, segundo informado pela instituição, a Associação Filhas de São Camilo não necessita de medicamentos anestésicos em função de ser um hospital de pequeno porte e não possuir bloco cirúrgico e UTI.

Diferença nos preços

SUXAMETONIO 100MG [FA] EV era R$7,80 (14/2) e compramos a R$20,00 (19/06).

NORADRENALINA 8MG/4ML [AMP] EV era R$2,78 (7/4) compramos a R$8,90 (15/6)

PROPOFOL 1% (10MG/ML) 20ML [AMP] (C1) era R$6,98 (2/3) pagamos R$19,90 (19/6)

Eletivas canceladas e sem previsão de normalização em Rolante

O diretor da Associação Hospitalar de Rolante, Flaubiano Lima, fala sobre a situação na casa de saúde. “Não estamos conseguindo comprar. Cancelamos as cirurgias eletivas até que o abastecimento volte ao normal. O pequeno estoque que temos está reservado para situações de emergência. Dá no máximo para mais uma semana”, revelou.

Ainda de acordo com Flaubiano, a dificuldade para a aquisição dos anestésicos na instituição começou a aproximadamente 20 dias e não há previsão de que a situação volte ao normal. Não é a primeira vez que a AHR precisou suspender cirurgias eletivas este ano. Em abril, os procedimentos foram interrompidos afim de evitar a propagação do vírus, indo de encontro com as atitudes tomadas pelas casas de saúde da região.