Parobé – Começou a tramitar na Câmara de Vereadores de Parobé o pedido de cassação do vereador Dari da Silva (PT). A solicitação tem como base uma denúncia do ex-assessor do vereador Dari, Cleomar Quevedo, que trabalhou com o petista entre 5 de janeiro de 2021 a 5 de fevereiro de 2023. Na época, Dari estava no Partido Liberal (PL).
O ex-assessor formalizou um termo de informação ao Ministério Público (MP) de Parobé na quarta-feira (02), momento em que explicou que Dari exigia a realização de serviços particulares no horário que deveria dar expediente na Câmara de Vereadores. “Eu recebia salário de assessor pago pelo Legislativo, mas pouco ficava na Câmara exercendo serviços da função”, revelou Cleomar.
Além de vereador, Dari possui uma empresa de fretamento e transporte. Em março de 2021, adquiriu uma van e Cleomar foi contratado para ser o motorista do veículo. Ao MP, o denunciante revelou que a esposa de Dari, Andréia da Costa, é a proprietária da empresa. Prints de conversas de WhatsApp mostram a esposa de Dari determinando a agenda de Cleomar no horário que ele deveria estar exercendo o cargo de assessor parlamentar na Câmara de Vereadores.
Dezenas de prints e áudios de conversas que Cleomar trocou com Andréia e Dari foram anexadas ao procedimento. Nesse dossiê, consta ainda um comprovante de depósito da conta de Andréia para a conta de Cleomar, pagando um conserto de pneu.
Na Câmara, foi exigido a abertura de representação contra o vereador Dari. Ainda foi solicitada à instituição de Conselho de Ética e Decoro Parlamentar a respectiva instauração de Processo Disciplinar para investigar a conduta do vereador Dari. Também é solicitado o afastamento do vereador enquanto tramitar a representação, além da cassação do acusado.
PAGAR BOLETOS
Na época, Cleomar contava com a confiança absoluta do casal Dari e Andréia. “Algumas vezes, eu saía em horário de serviço como assessor com meu carro particular ou com a van para pagar boletos/contas particulares para Andréia, além de ir em farmácias comprar medicamentos”, revelou ao Ministério Público. A Câmara de Vereadores confirmou o recebimento da denúncia e informa que ela será encaminhada para a ouvidoria. Conforme previsto no regimento interno, o teor da acusação e os procedimentos a serem adotados pelo Legislativo serão avaliados e definidos após parecer jurídico, que deverá ser emitido até a próxima semana.
Atuava duas horas no dia
Cleomar deveria cumprir a jornada de trabalho das 12h30 às 18h30 e, nas sextas-feiras, das 7 horas às 13 horas. Ao Ministério Público, Cleomar disse que exercia, de fato, apenas duas das sete horas que deveria dar expediente na Câmara. “As cinco horas restantes, eu fazia esses serviços sem relação com o trabalho da Câmara”, pontua.
O ex-assessor ainda revelou que não recebia quantia de pagamento de valor particular por esses serviços. Somente a remuneração como assessor durante os 24 meses que foi fiel escudeiro de Dari. “Tudo era a mando de Dari e Andréia”, citou.
Dari procurado
Prezando pela ética jornalística, o Grupo Repercussão procurou o vereador Dari da Silva (PT). Questionado sobre os fatos, a liderança parobeense disse que ainda não irá se manifestar.