Estiagem também causa prejuízos expressivos em culturas agrícolas em municípios do Paranhana

Por Fábio Radke

Região – A chuva voltou a cair esta semana, entretanto, a estiagem enfrentada pelos produtores rurais já representa perdas. Em algumas culturas, mesmo que volumes de chuva tenham sido registrados, danos não podem mais ser revertidos. É o caso da uva, fruta que já está sendo colhida em Rolante.”Está havendo um amadurecimento desparelho e também será possível ter grãos imaturos no meio dos cachos”, declarou a extensionista da Emater/Ascar em Rolante, Maria Rosane Renck. Como os frutos já estão formados, os volumes de chuva registrados em pouco alteram a qualidade dos cachos. Segundo o escritório local, a produção do município, antes de 14 toneladas por hectare, deve cair para 12, devido à falta de chuvas.

Outra preocupação de produtores do Paranhana está relacionada as culturas de sementes, tais como milho e feijão, consideradas mais sensíveis a falta de água. “Riozinho registrou 76,6 milímetros de chuva em 30 dias. O normal para o período seria quase o dobro, cerca de 150 milímetros”, disse o vice-prefeito Diogo Pretto.

Um levantamento feito pela Secretaria de Agricultura de Riozinho, estima que a produção de repolho, brócolis e couve-flor, já apresentou perdas de até 15%. A safra de feijão já teve perda de 60%.

Secretário cita culturas mais afetadas

O secretário estadual adjunto de Agricultura, Luiz Fernando Rodriguez, cita as culturas mais afetadas. “O milho é a base da cadeia produtiva, e deve afetar também a produção de leite. É uma cultura sensível. O feijão não foi afetado em algumas regiões, mas, em outras, as perdas variam entre 30% e 40%. O fumo foi bastante atingido pelo calor e falta de chuva, que enfraquece a folha. A soja também sofreu impactos severos”.

Produtores de uvas de Rolante lamentam

A estiagem já causou danos para a produção de uvas em Rolante e região. “As perdas até o momento já chegaram a 20%, algumas uvas ficaram totalmente murchas, mas não houve perda total do teor de suco, que fica mais concentrado, mas está em menor quantidade. Essa quebra faz com que o produtor trabalhe já pensando em empatar e não em ganhar dinheiro”, explicou a extensionista da Emater/Ascar em Rolante, Maria Rosane Renck. A produção da fruta no município está concentrada nas localidades de Boa Esperança e Morro Grande, assim como em Linha Feliz, Nova Palmeira e Várzedo. As condições climáticas também na redução nos números da produção total da colheita já em andamento. “Se projetava algo em torno de 2200 toneladas de produção em Rolante, entretanto, com as perdas, a colheita deve cair para 1800 toneladas.Mesmo com a recente, a situação não vai melhorar muito, só a planta para de sofrer. A seca baixa a fisiologia da planta e mesmo com água agora, a fruta já encerrou o ciclo dela”, explicou a extensionista.

Prejuízos em Riozinho

A Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente contabiliza perda de 60% na safra de feijão, apesar de a maior parte da área plantada já ter sido colhida. “A safra de milho recém começou a ser colhida e se estima que as perdas cheguem a 40%. A colheita da uva também foi prejudicada pela estiagem em uma parte das propriedades, sendo estimadas perdas de até 30%, com perda de qualidade”, diz o secretário Sérgio Koch, que elaborou um estudo sobre os prejuízos no campo com o apoio da Emater.