Estado decide esvaziar barragem das Laranjeiras, em Três Coroas

Há duas semanas equipes trabalham no local Foto: Defesa Civil de Três Coroas

Três Coroas – Conhecido “elefante branco” da região, a barragem das Laranjeiras deverá receber manutenção por técnicos e engenheiros nas próximas semanas. A estrutura de 60 anos apresentou vazamento em uma de suas comportas no início de agosto e atraiu atenção do Governo do Estado.

“Pedimos para o governo tomar providências e conseguimos com que a Secretaria de Planejamento fosse até o local para fiscalizar. Eles tomaram conhecimento da situação e decidiram agir, pedindo para a CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica) fazer um estudo”, frisa o coordenador de Proteção e Defesa Civil de Três Coroas, Augusto Dreher. Atualmente, há uma força tarefa na estrutura para levantar as comportas de fundo, o que deve levar a barragem a secar. Apesar disso, o leito e o nível do rio não vão sofrer alterações, conforme Dreher.

O trabalho começou há cerca de duas semanas e é executado por uma equipe da CEEE, acompanhada por técnicos do governo do Estado e pelas defesas civis de Três Coroas e Canela. Após a vasão da água acumulada, será realizada manutenção nos equipamentos e no sistema da barragem. “Vão começar a fazer o controle da vasão de água. A barragem é segura, não causa perigo para ninguém, mas agora vai ser controlada pelo Governo do Estado”, observa o coordenador.

Sobre o Vazamento
O motivo para o vazamento detectado em uma das comportas, conforme Dreher, é um possível desgaste causado pelo tempo. “Sairia água igual se a barragem estivesse em funcionamento, mas por causa dos 60 anos da estrutura deve ter se rompido por desgaste. Isso não causa nenhum perigo”, adverte. Devido aos trabalhos que estão em andamento no local, todos os acessos são monitorados por 24 horas e a entrada não é permitida para a população.

Qual é o destino da estrutura?
É indefinido o futuro da barragem. De um lado, existem tentativas de transformar o local em uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH). Neste caso, o patrimônio seria repassado para a Prefeitura de Canela, que, por sua vez, realizaria um processo de licitação para que empresas interessadas pudessem gerar energia a partir do aprimoramento e uso da estrutura. Outra alternativa que se discute nos bastidores é a utilização do espaço pela Corsan, com objetivo de ampliar a captação de água. No entanto, nenhum dos cenários está definido.

A proposta de conceder o uso mediante licitação só poderá seguir adiante caso seja autorizada por municípios a jusante à barragem, ou seja, os locais abaixo da estrutura, para onde se dirige a corrente de água. O processo funciona desta forma porque em qualquer situação de problema, quem sofrerá as consequências serão as localidades por onde passa o fluxo do rio. Três Coroas já se mostrou favorável à iniciativa. Para conceder o patrimônio, o Estado precisa do aval da Assembleia Legislativa, mediante Projeto de Lei.