Estado dará veredito sobre continuidade da duplicação da RS-239 até junho

Rodovia volta a ter pista simples após ponte sobre o Arroio Tucanos Foto: Matheus de Oliveira

Região – Apontada por lideranças da região como essencial para o desenvolvimento do Vale do Paranhana, a duplicação da RS-239 até a RS-474, em Rolante, ainda é cercada por indefinições. Embora a primeira parte da obra tenha sido entregue em dezembro de 2019, a segunda etapa esbarra em dificuldades há mais de uma década.

A decisão final do governo do Estado sobre a continuidade da duplicação será dado após a conclusão dos estudos de concessão de mais de mil quilômetros de rodovias estaduais, que são realizados desde janeiro de 2020 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O levantamento irá balizar o formato das concessões e quais intervenções são necessárias para a qualificação das estradas. Conforme a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Planejamento, a expectativa é de que até junho as informações sejam apresentadas por meio de audiência e consulta pública.

Embora exista a expectativa de que a duplicação seja um compromisso a ser assumido pelo setor privado, o secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, alerta que isso causará impactos nas tarifas. “Primeiro, o estudo vai apontar a necessidade ou não da duplicação. Segundo, o impacto financeiro que isso teria. Se duplicar, a tarifa é outra. Mas só com a conclusão do estudo é que isso será definido”, explica.

Além da RS-239, a análise técnica engloba a viabilidade de concessão à iniciativa privada das rodovias RS-115 e RS-020, nos trechos que cortam Taquara, Igrejinha e Três Coroas.

Espera já é de 11 anos
A duplicação até a RS-474 chegou a ser iniciada em 2010, no governo de Yeda Crusius, mas foi interrompida em 2012 por falta de recursos. De lá pra cá, a obra se deteriorou e diversas moradias irregulares foram construídas no perímetro. O prefeito de Rolante, Pedro Rippel, lamenta o abandono dos serviços. “Foi gasto muito recurso público para fazer a obra e agora está tudo atirado. Muito material foi colocado, compactado. É um descaso com os recursos públicos. Faltou gerenciamento e visão”, avalia.

Duplicação foi pauta em encontro entre prefeitos
A necessidade de dar continuidade à duplicação é unanimidade entre os prefeitos do Vale do Paranhana. Em reunião recente da Associação de Municípios do Vale do Paranhana (Ampara), a medida foi elencada como uma das prioridades para garantir mais segurança à rodovia, que tem sido palco de graves acidentes nas últimas semanas.

A prefeita de Taquara, Sirlei Silveira, salienta que entre as ações de longo prazo, “há necessidade de ser retomada a duplicação da ERS-239 entre Taquara e Rolante, trecho de constantes acidentes.”

Outras esferas do poder também defendem o investimento. O deputado estadual Issur Koch (PP) diz que é totalmente favorável à continuidade da duplicação. “Entendo que esta rodovia é fundamental para o desenvolvimento regional, ao mesmo tempo que cumpre importante papel como rota alternativa ao Litoral Norte, desafogando a BR-116”, pontua.