Escola de Taquara ajusta quadro de professores após saídas

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Por Weslei Fillmann

A Escola Técnica Estadual Monteiro Lobato, ou CIMOL, registra, desde o início do ano, a falta de alguns professores em disciplinas específicas, que afetam parte das turmas de ensino médio e técnico. A reportagem recebeu e-mails e mensagens de pais e alunos alegando essa falta de profissionais e atividades letivas.

 

Nas últimas semanas, foi realizado um balanço da maioria das escolas da rede estadual de ensino do Vale do Sinos e do Paranhana, identificando a situação em cada instituição. A única que estava com uma defasagem de professores significativa era a escola taquarense.

Em conversa com a diretora Karine Kersting, foi constatado que a situação é pontual, mas que ocorre desde o início do ano. “A falta de professores está afetando a qualidade do ensino para os alunos. O primeiro trimestre letivo termina no final de maio e a escola ainda segue na busca pelos professores necessários”. Karine comentou também a espera pelo processo de contratação. “São dias que vão passando e é tempo que vamos perdendo”.

A Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul, até o fechamento desta reportagem, não respondeu aos questionamentos da redação sobre a situação de professores no CIMOL e na região do Sinos e do Paranhana.

Preenchimento de vagas ocorre apenas com decisão do estado, sem interferência da escola

Para preencher essas lacunas, segundo Karine, o Estado disponibiliza as vagas e os interessados devem, em até dois dias, confirmarem a disponibilidade para começarem a dar aula. A partir desse período em que não há resposta por parte do profissional, a vaga é destinada para o próximo interessado. “A gente entende a situação dos pais, realmente está demorado. Isso deveria ter sido resolvido logo no início das aulas, para os alunos não ficarem tanto tempo sem essas disciplinas. Essas contratações dependem do Estado. Não temos autonomia para contratar”.

Boas perspectivas

Dos quatro espaços no quadro de professores que a escola tem, dois já estão começando a dar aulas. Segundo Karine, as outras duas vagas devem ser preenchidas em até duas semanas. Os dois profissionais vão preencher uma lacuna de 20 horas aula cada, diminuindo drasticamente a falta de aulas em determinadas disciplinas.

“Um professor atende várias turmas. Uma professora de química (que foi para um projeto na Secretaria de Educação) dava 16 períodos de aula, o que afeta oito turmas. Além disso, há o pessoal de atestado com suspeita de covid e dengue. Esse pessoal também tem faltado. Mas sim, algumas turmas acabam ficando com menos períodos de aula”.

Outra questão levantada nos contatos feitos para a reportagem, tratava de uma suposta falta de 11 professores. No entanto, eram apenas períodos letivos, pois um professor atende diversas turmas.

Falta de profissionais em disciplinas específicas

A diretora Karine comenta também sobre como algumas das vagas ficaram desassistidas. “Tem disciplinas que são poucos períodos. Por exemplo, o professor de sociologia comentou que vai sair e ele tem um período em cada turma. Então, são várias turmas sem professor (mas de uma disciplina). O Estado já disponibilizou as vagas para os profissionais manifestarem o seu interesse. A partir da demonstração do interesse, os professores já devem ser encaminhados na próxima semana. Os pedidos já foram feitos para a 2ª CRE (2ª Coordenadoria Regional de Educação de São Leopoldo) e já foram encaminhados para a Seduc”.

No final de 2021, não havia falta de professores no quadro da escola. Mas, em 2022, algumas situações ocorreram. “No início do ano houveram professores que pediram dispensa do contrato, saindo do estado. E isso são vagas que abrem. Nós tínhamos o quadro completo no ano passado. […] Esses já foram substituídos com professores que já estavam na escola, abrindo vagas em outras disciplinas”.