ERS-239: Ciclovia e passarela ainda são projetos distantes da realidade

Atravessar pela faixa de pedestres é o jeito enquanto não tem passarela. Fotos: Matheus de Oliveira

Taquara – Os moradores dos bairros Ideal e Medianeira continuam na expectativa de uma resposta positiva sobre a instalação de uma passarela no quilômetro 54 da ERS-239. Antes mesmo de ser duplicado, o trecho foi cenário de diversos acidentes. Agora, com pista dupla nos dois sentidos, a rodovia representa mais perigo para quem necessita atravessar. Da mesma forma, ciclistas e membros da Associação Taquarense dos Amigos Ciclistas (ATAC) defendem a instalação de uma ciclovia no local.

 

“Existe a lei de mobilidade urbana federal, que é de 2012. O projeto de duplicação é de 2015. Como que fizeram isso sem respeitar a lei?”, questiona Humberto Klein, integrante da ATAC. “A lei diz que é preciso priorizar os meios de transporte não motorizados”, explica.

 

Em março, a Promotoria de Justiça de Taquara, através da promotora Ximena Cardozo, instaurou um procedimento para investigar a falta de ciclovia e passarela no trecho. A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) já se manifestou nos autos do processo com justificativas quanto à impossibilidade de uma ciclovia. A ATAC aguarda manifestação do Ministério Público sobre o assunto.

EGR sustenta que falta espaço na rodovia

Nos autos do processo a EGR argumenta que há falta de espaço em determinados pontos para a instalação de uma ciclovia. “Ainda informamos que existe na cidade de Taquara vias urbanas, paralelas à rodovia ERS-239, que possibilitam com maior segurança o tráfego de ciclistas, damos como exemplo a Rua Davi Canabarro e Sete de Setembro”, observa a autarquia. A empresa não traz explicações sobre a falta de passarela. Procurada pela reportagem, não se manifestou até o fechamento desta edição.

Humberto Klein diz que desde a elaboração do projeto até o início das obras, não houve diálogo com a comunidade. E o problema se repete: “Ano passado, em junho, uma empresa ganhou licitação para fazer projeto de duplicação do Arroio Tucanos até a ERS-474. Deviam fazer uma audiência pública, mas até agora não teve nada”, menciona.

A nova proposta é de duplicação de mais 10 quilômetros, dos quais oito pertencem a Taquara. O estudo é feito pela empresa Engenharia e Geologia Ltda, sob custo de R$ 489 mil.

Fala dos representantes

Claudiomiro Wasem, presidente da associação dos bairros.
“Agora o movimento está mais baixo, mas quando voltar as aulas vai ser complicado. Fizemos tudo pelas vias legais, mas não tivemos resposta. Vamos fazer mais manifestações, até alguém olhar pra nós.”

Humberto Klein, integrante da ATAC.
“Nosso pedido é passarela e ciclovia. Já aconteceram acidentes no bairro Ideal e eles pedem isso há anos. Até agora não recebemos manifestação do Ministério Público.”