Entrevista: Pedro Rippel pede à população cuidado e busca destravar ações

 Jornal Repercussão: De que forma foi tomada a decisão de cancelamento do drive thru da Kukenfest?
 Pedro Rippel: Estávamos bem programados, com todo o pessoal, as cuqueiras, que são as estrelas da nossa festa. E, junto, iríamos fazer o aniversário do Município, que seria, agora, 6 e 7 de março, mas pensando em fazer a festa com bastante cuidado através do drive trhu/pegue e leve, onde as pessoas não iriam ter contato com ninguém. Na verdade, ninguém iria sair do carro. Só iriam passar lá e pegar o produto. Mesmo assim, achamos por bem, em especial, com a mudança para bandeira preta, na qual o Vale do Paranhana está inserido, não dar sequência e cancelar a festa. Até porque a situação que se encontra a questão de saúde. A bandeira preta veio em razão de que não temos mais vagas nos hospitais, e temos as UTIs lotadas, então a minha preocupação maior é questão da saúde e precisamos preservar isso. De nada adianta promover a festa e os hospitais lotados. Acho que seria muito complicado. Quem sabe, no ano de 2022, vamos poder fazer uma grande festa no próximo ano.

JR: Recentemente, ocorreu o cancelamento das aulas presenciais. O que pode ser comentado sobre essa decisão?
 PR: Estava tudo bem encaminhado e iríamos começar no dia 1º de março, de uma forma com bastante cuidado, com 50% conforme previa a bandeira vermelha. Em uma semana, metade da turma iria, e na semana seguinte, o restante da turma. Seria esse o funcionamento nas escolas de Educação Infantil e de Ensino Fundamental. Mas, com a mudança da bandeira, tivemos reunião com os prefeitos do Vale do Paranhana, e achamos por bem cancelar a volta das aulas do ensino presencial. Na segunda-feira, ocorreu uma reunião com o governador do Estado, e o presidente da AMPARA, representando a associação e demais prefeitos, discutiu algumas questões onde pode ocorrer cogestão em alguns setores, permanecermos na bandeira preta, mas usando os critérios da bandeira vermelha. Do lado do funcionamento da indústria e comércio, vamos brigar muito para que permaneça funcionando com muitos cuidados. Eu entendo que a nossa indústria e o comércio é o que gira a economia do nosso Estado e municípios. E, eles já estão sendo penalizados devido a parada que ocorreu no início da pandemia, e depois, com redução de produção. Então, o comércio da mesma forma, está passando muitas dificuldades para se manter e é muito difícil ter uma parada, de novo, da indústria e do comércio. E, por isso, queremos tratar esse tema com o governo do Estado para permanecermos com os serviços essenciais funcionando. A saúde é uma prioridade, mas precisamos conduzir de uma forma equilibrada, tanto a parte da saúde como a econômica.

 JR: Comente sobre o drive-thru da vacinação contra a Covid e as iniciativas que o tema envolve.
 PR: Temos visto que precisaria acelerar mais a questão das vacinas. É a grande solução desta pandemia. Estamos recebendo poucas doses como outros municípios, na verdade, o Estado inteiro está recebendo poucas doses para o tamanho da população. Temos ansiedade de o quanto antes vacinar e imunizar a nossa população. Existe um trabalho grande e que continuará. Precisamos que o Governo Federal repasse mais doses da vacina, e o Estado, faça chegar nos municípios. Isso é a grande solução. Quanto mais rápido vacinarmos o nosso povo, com certeza, as pessoas estarão mais seguras e mais tranquilas. Tomara que aumente o acesso de vacinas. Todas que chegaram aplicamos de forma muito rápida, atendendo os grupos prioritários, que eram os trabalhadores da área, depois os idosos acima dos 80 anos, mas foram poucas vacinas. Não conseguimos alcançar o objetivo que seria vacinar todo mundo dessa faixa etária. Mas toda a vacina que está vindo, e é o objetivo dos profissionais da saúde, é de vacinar o mais rápido possível o público alvo. Chegou a vacina, as pessoas logo serão vacinadas. No momento em que chegar mais uma remessa, rapidamente, estaremos mobilizados para logo começar a vacinar o pessoal. Acreditamos que precisamos de mais vacinas. É necessária uma campanha através das associações, do governo do Estado, junto ao Governo Federal, para que exista uma opção de aumentar as opções, com outros tipos de vacina, para atender isso com outros fornecedores, para que se possa aumentar a quantidade. Isso é o mais importante para o nosso país, que se aumente a quantidade de vacinas para distribuir aos estados e municípios.
 JR: Qual a situação da gestão financeira da Prefeitura? Como o senhor trabalha com uma iminente queda de receita?
 PR: É uma preocupação de todos nós a questão financeira devido a pandemia. Muitas empresas durante 2020, tiveram perdas de faturamento e de produção. E, isso, vai refletir no Poder Público. Em 2020, o Governo Federal ainda alcançou um auxílio emergencial financeiro aos municípios e eles puderam ficar tranquilos, pois tiveram essa receita extra. E, em 2021, não tem essa previsão de receber novos recursos emergenciais em virtude da pandemia. Temos que trabalhar com o recurso que temos. Os prefeitos que receberam o recurso, em 2020, usaram esse valor, até é compreensível, mas não foi deixado recurso em caixa. Muitos fizeram obras de infraestrutura, e a grande maioria foi candidato a reeleição, e foi até uma forma de fazer a política, sabemos como funciona, então, o dinheiro foi usado. Agora, temos que trabalhar com os recursos que nós temos e vamos arrecadar. E existe uma grande preocupação em ter o controle fiscal das contas públicas da Prefeitura. Inclusive, no meu governo, fiz um enxugamento muito grande, onde só existe cinco secretários, demais são departamentos, e foi uma maneira de economizar. Não estamos colocando gente a mais além do necessário, e estamos enxugando o máximo possível. Quem pode fazer dois trabalhos está fazendo, dentro da sua possibilidade, para gerar economia entre o funcionalismo. As finanças, encontramos muita coisa para pagar. Tem o empréstimo do Badesul que precisa ser pago e todo o mês será descontado. E essa é uma receita que sairá, mensalmente, para pagar essa dívida de obras de infraestrutura. Mas, vamos lutar, e vamos cuidar para se gastar somente aquilo que se pode. Economizar em todos os sentidos. Agora, no início de 2021, tivemos gastos normais com pneus, pois os caminhões das obras não tinham pneus, manutenção de máquinas, pois estavam com falta de manutenção. Quase todas elas estavam com problemas muito sérios e tivemos que colocar na oficina para podermos trabalhar e dar uma resposta à população. Tem muita coisa nesse início de mandato que precisamos resolver os problemas. Não adianta chorar o leite derramado, não agir, e não fazer aquilo que precisa. Estamos trabalhando muito forte nisso. Estamos preocupados com a questão financeira, mas também, muito bem controlado e muito consciente de que precisamos ter muito cuidado.

JR: O que está pendente ainda na Escola do Rio Branco e o que o senhor vai aplicar para contornar essa situação?
 PR: Essa será uma escola de turno integral e que vai atender 400 alunos. Ela foi inaugurada no ano passado, pela gestão passada, mas faltava muita coisa para que ela começasse a funcionar. E as crianças já estavam matriculadas, só que precisamos terminar a escola, para que possamos atender, realmente, as crianças em turno integral. Vai ser muito importante, pois será uma escola que reunirá todas as condições, vai ter o seu quadro de funcionários todo ele completo para fazer um belo trabalho, só que além disso, precisamos terminar a escola. Precisamos concluir a parte elétrica, que não tinha, a parte hidráulica estava com muito problema e não tinha uma classe dentro das salas de aula. Não havia uma cadeira. Então, foi inaugurada as paredes da escola, e agora, estamos completando. No momento que voltar as aulas, ela vai estar em plenas condições para funcionar. Estamos licitando as classes, as cadeiras e tudo que precisa, enquanto isso, estamos buscando de outras escolas, para suprir a necessidade momentânea, agora, a toque de caixa, para que possamos dar o início. Com o passar do tempo, vamos repassar os móveis novos, vamos deixar ela em plenas condições para todos os estudantes.

JR: Ficaram pendentes algumas obras ou existem serviços que não ficaram dentro do esperado?
 PR: Nós possuímos bastante itens pendentes, principalmente, na área do saneamento básico, que foi na minha época ainda que eu consegui o recurso. Passaram-se oito anos e não está funcionando. Possuímos uma Estação de Tratamento que está com problema e foram gastos milhões lá, mas não está funcionando, e ela é fundamental para funcionar e coletar o esgoto de todas as redes que estão sendo colocadas no município. E isso estamos trabalhando muito pesado sobre isso, inclusive, estamos com o pessoal técnico, pois tem problemas de projeto, inclusive, até de estrutura, onde foram constatadas algumas coisas erradas que foram feitas, agora, teremos que corrigir. Tivemos reuniões com a Funasa, para colocar a situação dessa estação de tratamento, onde a Funasa também apontou as falhas durante esse período de construção. Estamos buscando junto aos engenheiros e também junto à Caixa Federal, que é responsável pelos convênios que temos e as redes, estamos tratando a situação para saber se está tudo 100%. Também foram feitas coisas erradas, como por exemplo, valetas abertas na largura errada, enfim, bastante coisa para ser corrigida. A Corsan também está sendo acionada, pois ela é parceira direta nessa obra, pois vai administrar e cobrar a tarifa. Estamos levando até a Corsan essa demanda para ser parceira e podermos concluir a obra. Precisamos fazer os ajustes que faltam, concluir e fazer que essa obra se torne uma obra que vá beneficiar a comunidade, pois esse é o objetivo dela. Mas, para isso, temos que trabalhar tudo de novo para que volte a ser feito de uma forma correta, e que volte a atender a necessidade que precisa e que é o objetivo de uma obra tão cara e importante que vai ser depois de pronta. Precisamos fazer esses ajustes que estavam muito tempo sem serem feitos e não tem nada em funcionamento. E vamos trabalhar muito forte nesse sentido.
Outras obras de passeio e pavimentações encontramos em péssimas condições, que foram mal executadas. Mostramos para a população e isso tudo serve de exemplo para não cairmos no mesmo erro. As obras precisam ser feitas de uma forma correta, que vai ser um investimento público, mas muito bem investido e que vai atender a comunidade, mas não da forma que foram feitas determinadas ações, por exemplo, em Alto Rolantinho. Também serve como exemplo para os engenheiros cuidarem melhor para não liberar empreiteiras quando as obras não estão de acordo. Tudo são fatores que precisamos ter preocupação que futuramente, possamos ter uma qualidade melhor nas nossas obras e investir melhor o dinheiro público.

JR: O seu governo tem encaminhado ações importantes nesse início do mandato. Comente as principais realizações.
 PR: A saúde sempre foi a minha bandeira desde o início e a minha área principal é a saúde. Possuímos um hospital filantrópico, com uma direção, e um administrador, mas avalio que é muito importante e nisso que estou trabalhando junto com a equipe da saúde e a diretoria do Hospital. Sempre pensando no atendimento humanizado, em todos os setores e esse é o nosso objetivo. Seja a UBS ou o postinho lá do interior, seja o Hospital e o plantão pago pelo município, que é um convênio que nós temos, as pessoas precisam ser bem atendidas. E isso é de suma importância. Além disso, depois desse bom atendimento, nós vamos buscando mais alternativas, e eu quero, futuramente, é um compromisso meu, quem sabe, ter uma maternidade para atender a nossa população. Temos que aumentar a oferta de exames, inclusive, agora, vamos duplicar a disponibilidade de exames clínicos para atender a demanda que está reprimida. Existem algumas especialidades que estamos trabalhando junto ao Estado, inclusive, tiveram uma reunião com a delegada de saúde da nossa região, para que sejam acelerados os atendimentos de várias especialidades que, hoje, está reprimida. Criamos mais um horário de plantão no hospital, em sábados, com dois médicos, até então, dois médicos só havia de segunda a sexta, estamos ampliando para existir em sábados também. Com isso, não ficará superlotado o atendimento do plantão e com isso o atendimento será mais rápido.
Na questão da fisioterapia, disponibilizamos uma profissional para atender em tempo integral, de segunda a segunda, que vai tratar das pessoas que estão acamadas no hospital. O município colocou essa fisioterapeuta lá para fazer esse trabalho, e está funcionando muito bem. As marcações de consultas também estamos atuando, pois queremos acabar com as filas nas marcações. Queremos implantar o teleagendamento, por telefone, para facilitar o deslocamento das pessoas, e muitas vezes, evitar que as pessoas se desloquem até a Secretaria de Saúde.

 JR: Deixe uma mensagem pelo aniversário do município.
 PR: Gostaríamos de fazer uma festa, mas em decorrência de tudo o que a pandemia está nos impondo, não conseguiremos comemorar de uma forma mais festiva, mas também temos que respeitar a situação que estamos passando. Peço encarecidamente à população, que cada um, se cuide e se preocupe com essa doença. Que essa doença só vai melhorar se cada um de nós fazermos a nossa parte. Eu, como prefeito, não quero parar indústria, que o comércio feche, não quero nada disso, pois será ruim para a economia. Como prefeito preciso cuidar do bem-estar da população.