Após alguns meses de impasses e incertezas sobre o futuro da corporação dos Bombeiros de Três Coroas, a história parece ter recebido um desfecho feliz. Isso porque foi anunciado recentemente, de forma oficial, que a Associação dos Bombeiros Voluntários de Três Coroas (ABV) passou a gerenciar a instituição.
Com a mudança, a ABV fica responsável por toda a parte burocrática e jurídica da corporação, sendo uma Organização da Sociedade Civil (OSC) e trabalhando dentro dos princípios que regem os Bombeiros Voluntários, assim como acontece em mais 60 municípios do Estado.
Conforme o presidente da ABV, Juliano Volkart, sob a coordenação da associação o quartel passou a contar com 18 pessoas contratadas (13 pela associação e 5 cedidas pela Prefeitura), além de cerca de 10 voluntários, que auxiliam sempre que necessário. Outro ponto destacado pelo presidente é de que a partir de agora a Prefeitura irá repassar R$ 60.000,00 por mês para a corporação, que serão usados na manutenção do quartel.
Com relação ao movimento realizado pela prefeitura para regularizar a situação, o prefeito Alcindo de Azevedo explica que “o objetivo é qualificar e melhorar a estrutura da corporação, inclusive, com o apoio da comunidade, o que não era possível no modelo antigo”, pontua.
Na entrevista ao lado, Volkart esclarece alguns pontos pós mudança oficializada na sexta-feira, 13.
“Auxiliar a comunidade dando um amparo maior”
Entrevista – Juliano Volkart/Presidente da ABV
O que muda efetivamente com a assinatura do convênio?
Juliano Volkart: O que alterou foi que a Prefeitura tinha seus funcionários destacados para trabalhar no Corpo de Bombeiros, só que infelizmente eles estavam em desvio de função e cumprindo uma carga horária que extrapolava e gerava muita hora extra. A prefeitura já havia sido apontada por Ministério Público e Tribunal de Contas com relação a esses fatos e o prefeito então resolveu convocar a associação que já caminha junto com os bombeiros desde o início, para a associação então tomar o comando de todo o sistema. Tendo a criação de um termo de fomento, para a associação contratar as pessoas como bombeiros ou socorristas e prestar então o serviço para o município.
GR: Vocês têm a previsão de realizar algum curso para Bombeiros Voluntários?
JV: Está se montando um curso novamente para os voluntários para a gente trazer gente nova e requalificar os que já vinham trabalhando a mais tempo. Fazer essa atualização. Já temos definido que no final de setembro vai ter o de resgate veicular, mas antes disso a gente já quer começar a parte de APH, que é o atendimento pré-hospitalar. Temos a ideia de montar turmas de no máximo 20 pessoas. Desse total nem todos ficam como voluntários, mas valorizamos isso porque mesmo eles não estando conosco, vão ter a qualificação para que quando estiverem na rua saibam prestar o primeiro atendimento e depois ligar para nós, nos passando uma informação mais correta.
GR: Quais são as projeções da associação para o futuro do quartel?
JV: Estamos trabalhando para montar uma parceria com as empresas para ativar as brigadas de incêndio, que as empresas têm que ter. Então fazer estes cursos. Isso tudo vai gerar um retorno não amanhã, mas mais adiante para a corporação e para a comunidade em geral.
GR: Como dá para definir o objetivo dessa mudança?
JV: A ideia é exatamente auxiliar a comunidade dando um amparo maior a um custo menor. Distribuir esse custo para todos. Por isso que se chama bombeiros voluntários. Há a necessidade de se ter uma estrutura mínima, porque se alguém ligar agora eu tenho pessoal para atender o chamado. Existe sim cidades que tem quartéis 100% voluntários, mas as pessoas não estão no quartel esperando acontecer. Elas estão trabalhando e tem a disponibilidade de sair. Então, basicamente, se aquela pessoa está de serviço e receber um chamado ela tem que sair do seu trabalho e fazer o atendimento. Isso é o que os voluntários fazem. Mas como a gente não tem uma estrutura nesse formato, precisamos ter gente paga para estar aqui 24h por dia, que recebem também o reforço dos voluntários.