Emancipação da cidade: Há 33 anos nascia Riozinho

Armindo Barnart e Antônio Carlos Colombo Foto: Divulgação

Uma luta árdua. Assim foi definido o processo de emancipação do município de Riozinho por dois dos principais personagens deste feito: Armindo Barnart, primeiro prefeito da cidade após o plebiscito, e Antônio Carlos Colombo, mais conhecido como “Tonico”, vice-presidente da comissão emancipacionista e vice de Barnart, em 1989.
De acordo com os registros, a busca pela emancipação começou em 25 de novembro de 1987, quando foi criada a comissão, formada por Vivaldino Pires da Silva, Gilberto Rogério Saletti, Enor Antônio Colombo, Clédio Fernandes Colombo, Olindo Paraboni e demais conselheiros. Entre idas e vindas para Porto Alegre a procura de apoio, além de inúmeras reuniões com a população que fazia parte do segundo distrito de Rolante na época, o sonho se concretizou em 10 de abril de 1988, quando aconteceu o plebiscito, sendo criado oficialmente o município de Riozinho. “Nós acreditávamos que poderíamos concretizar essa ideia, principalmente porque na época tinham várias empresas aqui e não víamos um retorno. Mas como éramos novos, existiam pessoas que não acreditavam que Riozinho poderia se emancipar. Tanto que ouvimos diversas vezes que essa ideia não duraria três meses e está aí, fazendo 33 anos já”, disse Tonico.
Aos 87 anos, Armindo Barnart, por sua vez, recorda com emoção do início de tudo. “Eu tinha muito apoio dos deputados, nos ajudaram muito nesse período de emancipação. De uma forma que eu fiquei até emocionado. Eles me perguntavam: ‘Prefeito e agora? O que o senhor vai fazer sem nada, não tem uma caneta, não tem uma cadeira, não tem onde ir na prefeitura’. Corremos atrás de um local até que consegui o Salão da Paróquia, alugamos uma sala e trabalhamos entre 14/15 dentro de uma salinha de quatro por quatro”, relembra Barnart, com a voz embargada.

Reivindicações eram diversas e motivaram a emancipação

 Antônio Carlos lembra das principais demandas da localidade e reforça força do município; Armindo Barnart, relembra das histórias e conquistas do primeiro mandato

Antônio Carlos Colombo cita as principais razões que motivaram a comissão a lutar pela emancipação. “Principalmente a questão de infraestrutura. Os recursos que arrecadávamos aqui não refletiam em melhorias nas estradas do interior, no Centro da cidade. A questão da saúde, a dificuldade que se tinha, pois se tinha o hospital que era da comunidade, mas a população não tinha o atendimento que merecia, a própria educação também”, recorda. “Então, a gente ficava um pouco esquecido pela Administração de Rolante. Da sede. Éramos uma localidade pujante, que arrecadava bastante, tinha um número elevado de empregos e não tínhamos o retorno merecido”, finaliza Antônio.
Iniciar um mandato sem uma estrutura básica para trabalho foi um desafio que até hoje é lembrado com muito orgulho pelo senhor Barnart. “Eu peguei o município sem estrada nenhuma, não tinha maquinário… não tinha o que fazer. Vocês não imaginam o que eu passei (risos)”, conta. “Penhorei todos meus bens para poder iniciar o município (…) Foram noites e noites sem dormir, mas vou fazer o que? Já que eu assumi, eu tinha que fazer, né?”, relata.
Sem deixar de lembrar da data, a antiga dupla parceira de mandato ainda aproveitou a oportunidade para parabenizar o município por mais uma passagem do seu aniversário. “Eu quero deixar um abraço a todos os riozinhenses pelos 33 anos da cidade”, ressalta Armindo.
Já Antônio Carlos, comovido, faz questão de parabenizar a comissão que iniciou a busca pela emancipação. “As pessoas que lutaram, que lutaram para que a gente conseguisse atingir aquele objetivo, todas as pessoas voluntárias, enfim”, disse. E, ainda, finaliza cumprimentando a comunidade pela data. “E felicitar a comunidade também, pelo 33º ano de emancipação política. Sem esquecer do prefeito e vice da gestão atual, desejando sempre que eles façam um bom trabalho e que seja realmente voltado para a toda a comunidade de Riozinho”, conclui Antônio Carlos.