Direção do Presídio de Taquara busca chamar a atenção da sociedade com gestão focada em melhorar a estrutura e ressocializar apenados

À frente de uma das casas prisionais mais antigas do Rio Grande do Sul – o Presídio Estadual de Taquara, inaugurado na metade da década de 60; a atual gestão confessa que o espaço não foge à regra e hoje também enfrenta cenário de lotação, dificuldades estruturais, assim como a falta de recursos e atenção dos órgãos públicos e da própria sociedade.
Com capacidade de engenharia para 78 presos no regime fechado, hoje, um total de 156 apenados cumprem sua pena nas celas de um dos prédios. Somado a isso, outros 94 pessoas do regime semiaberto regressam para anexo ao lado, enquanto o ideal seriam somente 60.
Em meio a carência de recursos para melhorias estruturais necessárias no pátio, do chão brota um exemplo, a horta que gera alimento aos presos e o excedente é destinado à entidades assistenciais de Taquara.
A casa prisional que, no passado, já foi modelo com oportunidade de trabalho aos apenados e depois viveu um escândalo, sendo alvo de investigação com afastamento da direção à época por suposto esquema de cobrança ilegal de bens e valores, hoje, vive outra realidade com o trabalho chefiado pela diretora Mara Pimentel, no cargo há cinco meses. O Repercussão Paranhana foi conhecer de perto a realidade atual.

Ressocialização passa por capacitações

Compromisso na recuperação do preso

A diretora Mara reconhece que existe um compromisso por parte de toda equipe do Presídio de Taquara, com o trabalho de ressocialização dos presos. “Temos esse compromisso para quando dermos a liberdade, através da ordem judicial, largarmos ele melhor do que quando chegou aqui”, assegura.
Os desafios quanto as questões estruturais e de efetivo buscam ser superados pela administração com diversos movimentos. “Buscamos junto as Comarcas, Prefeituras, Câmaras de Vereadores e de entidades, o apoio e reconhecimento que precisamos, a partir do principio, de que a sociedade nos reconheça e aceite como presídio”, declarou.

Segurança com respeito mútuo

A casa prisional recebem presos hoje de quase nove Comarcas da região. “Existe uma colaboração dos presos, isso por que eles sabem que se não colaborarem, podem acabar indo para outro presídio, longe da família”, revelou o chefe de segurança, Jackson Leonei da Silva. Uma equipe de 21 agentes de segurança em regime de escala atuam na estrutura. Os horários de pátio dos presos, duas horas ao dia, somente é possível graças a segurança armada de um policial da Brigada Militar.

Sem esgoto a céu aberto com obra

Os últimos detalhes da obra do sistema de tratamento de esgoto sanitário do presídio foram concluídos esta semana. O investimento de R$ 76.328,19 foi pago pela Vara de Execuções Criminais (VEC) de Novo Hamburgo, do juiz Carlos Fernando Noschang Junior. Antes, o esgoto ia para a rede sem tratamento e diversas vezes escoava a céu aberto.

Novo cercamento previsto

A necessidade de obras de infraestrutura são constantes. Com a conclusão da obra de tratamento de esgoto (foto ao lado) e antes, ajustes no sistema hidráulico com instalação de bombas eletrônicas e outros reparos, as atenções agora estão voltadas ao novo cercamento nos fundos. “Já tivemos o projeto de cercamento aprovado e que será construído a partir de recurso do Judiciário de Taquara. Em breve será feita a aquisição dos materiais para a construção para o qual será usada a mão de obra dos presos”, destaca Mara. A diretora ressalta que o apoio do Conselho da comunidade, Comarcas, Consepro e outros movimentos têm possibilidade que projetos de melhorias sejam concretizados saindo do papel.

Fotos: Fábio Radke