Diagnosticada com câncer sem cura, moradora de Parobé busca recursos para remédios

Parobé – A luta de Laura Reis contra o câncer teve início em 26 de janeiro de 2018, dois dias antes de seu aniversário de 20 anos, data em que recebeu os laudos médicos que apontavam para um tumor raro alojado em seu corpo. O Sarcoma de Ewing, doença que ocorre predominantemente em ossos, já estava em estado avançado e tinha o tamanho de uma manga, concentrado na altura da escápula esquerda de Laura. Formada em um curso técnico de enfermagem, a jovem descobriu do que se tratava antes mesmo de receber a palavra do médico. “Fui consultar por volta de cinco horas da manhã. Lá pelas oito horas fizeram uma tomografia. Fiquei o dia todo sentada na emergência. Quando veio o resultado, o médico disse que o ortopedista estava vindo falar comigo porque ele entendia melhor do caso, deixou o exame na minha ficha e eu fui ler. Vi o que era na hora, porque entendo os laudos. Falava que era grande. Foi aí que começou a saga”, relata.

As dores no braço esquerdo já eram um empecilho para a rotina há meses. Na ocasião da descoberta, Laura morava em Montenegro e trabalhava como técnica de enfermagem no hospital da cidade, além de cursar teatro na Uergs. Foram diversas consultas na emergência para tratar a dor, mas nenhum médico suspeitou da possibilidade de câncer e nenhuma tomografia tinha sido realizada até então. “Pediram a tomografia em janeiro, mas eu estava há oito meses com dor”, relembra.

Tumor se espalhou para outras regiões do corpo e trouxe complicações ao caso

Após a constatação possibilitada pela tomografia, o ortopedista do hospital solicitou novos exames, que apontaram a metástase do tumor. Haviam dois pontos pequenos do câncer espalhados na região dos pulmões e um ponto na lateral esquerda do crânio. Com isso, Laura foi encaminhada como caso de emergência para o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), onde chegou e logo passou por diversos procedimentos médicos, que confirmaram a doença. Essa foi a primeira internação de Laura, que durou 45 dias.

Médicos tinham intenção de acabar com tumor

A partir de fevereiro de 2018 começou o tratamento com quimioterapia. Ao total, foram 15 sessões, oito antes da cirurgia e sete após. “A ‘quimio’ que eu fazia era a mais forte que tinha ali. Eles tinham a intenção de me curar”, explica. Em agosto do mesmo ano, Laura foi submetida ao procedimento que retirou sua escápula esquerda, local de maior concentração do tumor, o que limita até hoje os movimentos do braço. Após a cirurgia, iniciaram-se as sessões de radioterapia, para combater os pontos detectados nos pulmões. Na cabeça, os médicos avaliaram e entenderam que o procedimento poderia trazer mais riscos do que benefícios, considerando que os exames não mostravam mais os focos da doença no local. Durante todo o processo, houveram fortes efeitos colaterais da quimioterapia.

Fortes efeitos colaterais

Durante todo o tratamento feito em 2018, Laura sofreu com fortes febres e dores pelo corpo, resultados da quimioterapia que impossibilitaram sua estadia, por longos períodos, fora do hospital. “Passei praticamente o ano todo no Clínicas. Só mais pro fim do tratamento, em novembro e dezembro, que consegui ficar o mês todo em casa”, ressalta.

Em janeiro de 2019 tudo começou a voltar ao normal. “Comecei com um tratamento leve, via oral. Passei a viver normalmente e fui morar sozinha em Parobé”, diz. Após algumas semanas, dores parecidas com as que eram sentidas antes do tratamento voltaram a ser percebidas. Na UBS do centro da cidade o médico que atendeu Laura fez novamente um encaminhamento para o HCPA, onde constatou-se que haviam novas lesões do tumor, desta vez no quadril, nas últimas vértebras da coluna e novamente no lado esquerdo do crânio. “Quando descobri isso, sabia que não tinha mais cura, porque o tratamento feito foi o mais forte possível. A médica disse que como as lesões estão em ossos que não podem ser retirados, não tem como curar ”, explica Laura. Agora, um tratamento mais fraco é feito a cada 21 dias, para evitar nova metástase.

Remédios ajudam contra dor

Mesmo com o tratamento mais fraco, as dores após as sessões de quimioterapia ainda são intensas, e os remédios que combatem o forte mal-estar custam caro. Com o objetivo de arrecadar dinheiro, Laura colocou sua peruca e sua câmera para vender recentemente e contextualizou nas redes sociais um pouco da situação e o motivo principal da venda. Percebendo a necessidade, um ex-professor e outros amigos criaram uma vakinha virtual, que têm o objetivo de arrecadar recursos para que Laura possa comprar seus remédios.

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