Companheiros, melhores amigos ou pets, são apenas formas de tratarmos aqueles que estão ao nosso lado dia após dia, mostrando fidelidade e afeto. Por isso, no dia 4 de outubro, comemoramos o dia mundial dos animais, como uma tentativa de valorizar e buscar o respeito àqueles que, mesmo tão próximos, por vezes recebem maus-tratos ou não são tratados da forma como deveriam.
Oficialmente, a data surgiu em 1931, em uma convenção ecológica realizada para promover os princípios da Declaração Universal dos Direitos dos Animais, com o intuito de melhorar o bem-estar de todos eles, sendo silvestres ou de estimação, juntamente com a preservação de todas as espécies. De qualquer forma, a Declaração Universal dos Direitos dos Animais foi proclamada apenas 47 anos depois, em uma sessão realizada na cidade de Bruxelas, na Bélgica, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a Unesco, como forma de oficializar as medidas já definidas em prol destes seres, mas então de forma definitiva e regulamentada.
Entre os direitos dos animais presentes na Declaração realizada pela Unesco em 1978, estão: Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência; Todo o animal tem o direito a ser respeitado; Todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à proteção do homem; Nenhum animal será submetido nem a maus-tratos nem a atos cruéis. Estas medidas de proteção, apesar de parecerem princípios básicos, permanecem sendo descumpridas e, consequentemente, ainda existem inúmeros casos de desrespeito aos animais.
Origem
Em 1925, o escritor e ativista de proteção animal Heinrich Zimmermann, idealizou a data de celebração e preservação para todos aqueles que não são capazes de se protegerem sozinhos, os animais. Por alguns contratempos, a oficialização da data demorou a ser aceita, mas no ínicio da década de 30, o dia 4 de outubro, foi definido como o dia mundial em prol desta causa.
Em homenagem à São Francisco de Assis, frade católico que atuava em defesa à natureza e aos animais na Itália, o dia de celebração teve sua definição. Atuante nos séculos XII e XIII, a figura de Francisco é tida como uma referência para os profissionais da área e para todos os defensores das causas animais.
A data possui grande grau de relevância, pelo fato de que propõe a reflexão sobre a importância da preservação dos animais, além de divulgar os direitos dos mesmos, presentes na Declaração Universal dos Direitos dos Animais. No dia, atividades são realizadas ao redor do mundo para comemorar a vida destes seres que fazem parte do nosso cotidiano, tão importantes para os seres humanos e à natureza. Atividades de conscientização, como as que promovem a declaração proclamada pela Unesco, também são realizadas com a intenção de conscientizar a todos sobre a necessidade de cuidar e proteger os animais.
Toda ajuda é bem-vinda
A causa que vem recebendo uma maior atenção nos últimos anos, é motivo de preocupação para as clínicas veterinárias e até para voluntários no ramo jurídico. Dito isso, as Clínicas Veterinárias Bicho Exclusivo e Arca de Noé, de Igrejinha, além da Advogada Aline Fernandes e o vereador Marconi, de Sapiranga, destacam-se como figuras atuantes para melhores condições aos animais, buscando evitar maus-tratos e o abandono e, quando não possível a prevenção de atitudes como essa, estes realizam a remediação e cuidado aos animais sujeitados a estes cenários.
Realizando os trabalhos há praticamente 20 anos, estes participam de campanhas de conscientização e ajudam sempre que possível na preservação dos seres indefesos, indo além dos animais de estimação, como cães e gatos.
Aline Fernandes, advogada e voluntária nas causas animais.
“Quando eventualmente participo dos resgates o primeiro sentimento que me vem é de vergonha, eles não chegam nessa situação de maus-tratos e negligência sozinhos. Depois, eu só consigo pensar no que temos que fazer para que eles não sintam mais dor, fome, sofrimento. E partir para o próximo. Não temos tempo de chorar nem de nos desesperar, eles dependem de nós. E somos poucos”.
Marconi Ebert, vereador de Sapiranga.
“Sempre fui muito apegado aos animais. Tenho sido convocado por apoiadores da causa Animal, que vem me pedindo políticas que enfrentem as dificuldades da causa. Neste sentido, protocolei um pedido de comissão especial que foi aprovada por unanimidade. Esta Comissão Especial, vai debater a política pública do bem-estar animal. Minha grande preocupação é criar uma cultura para adoção segura, pois animal não é brinquedo”.
Charles Muller, proprietário da Clínica Arca de Noé.
“Em nossa rotina, atendemos diversos casos, mas alguns ficam marcados em nossa memória. Uma cachorrinha chegou para atendimento de emergência com quase 90% do corpo queimada. Foram quase 90 dias de tratamento, era uma vitória tê-la conosco. Também por isso, a demos o nome de Vitória. Nos marcou bastante. Foram meses de tratamento, idas e vindas para lares adotivos. Dra. Tatiane a adotou e hoje é a alegria pelos corredores da Arca”.
Nos momentos de proteção animal, seja em resgates ou procedimentos cirúrgicos, algumas histórias surpreendem. Aline, por exemplo, já correu atrás de um cachorro na RS-239, detalhe: enquanto carregava um bebê em sua barriga. Charles, por sua vez já atendeu um gato que havia sido baleado, salvando a vida do animal. Marconi, por fim, já chegou a cuidar de 30 gatos quando criança, tudo por conta do amor aos bichos.