Desafios e expectativas: proprietários de food truck’s falam sobre o momento

Há 11 anos, o tradicional André Dú Dog atende no mesmo local, em Igrejinha. Foto: Lilian Moraes

Igrejinha – Este ano, as restrições impostas pela pandemia do coronavírus também fizeram com que o setor dos food trucks precisasse se reinventar para sobreviver ao impacto da crise. Os veículos adaptados, tradicionalmente vistos pelas ruas e eventos da cidade, precisaram se limitar em ficar estacionados em um único local para poder trabalhar.

 

Diante da situação, André Nunes, proprietário do tradicional André Dú Dog, conta que precisou se reinventar em um período de dois dias. “Precisei me adaptar de acordo com a ordem do Governo, que era de que não poderíamos vir aqui para o Centro. Tive que preparar a parte da publicidade para avisar que faríamos só tele-entrega, disponibilizar uma moto, conseguir motoboy, conseguir montar uma equipe para fazer lá em casa e, além disso, oferecer algo a mais, para chamar o cliente”, relembra.

 

Para a proprietária do conhecido Sorvetruck, não foi diferente, porém, ela ainda precisou enfrentar um período de 30 dias totalmente fechados. “Tivemos que ficar em casa, foi um mês sem vender nada”, relata.

André e Fatima tinham um total de 14 eventos fechados pelo Vale do Paranhana e também na região Metropolitana – 8 e 6, respectivamente – para o ano de 2020, no entanto, todos foram cancelados.

Tensão no início

Nunes ainda conta como recebeu a notícia das restrições. “Quando começou a chegar essa informação de que a gente teria que fechar de forma parcial, integral ou limitar horários, na verdade não botei fé. Achei que não seria por tanto tempo”, revela André.“ Quando veio a primeira informação que a gente teria que fechar e o pessoal não ia poder vim para cá, aí eu entrei em desespero, até fiz um vídeo explicando para os meus clientes que eu não sabia como ia ser, mas que ia manter eles informados, que provavelmente teria que fazer tele-entrega. Então, ali foi o meu primeiro choque, porque eu não sabia como ia fazer, pois não tinha certeza também de como eu ia poder trabalhar”, relembra.

Confiança

De acordo com André, o fluxo de clientes diminuiu 40% desde o início da pandemia, no entanto, mesmo ainda enfrentando dificuldades perante as limitações do momento, o empreendedor detalha suas expectativas para uma retomada gradual da economia. “Até o final do ano, acho que vai ser ótimo. Acredito que vai ter muita gente trabalhando no período de férias. Pessoal vai ter os seus direitos para receber. Então, eu acredito que de agora até o final do ano nós vamos ter um impulso grande na economia local”, projeta.

Realidades apresentadas

André Nunes, proprietário do André Dú Dog. “Esse ano eu ia trabalhar com empresas que não tinha trabalhado ainda. Ia ser o melhor ano. Tinha feito projetos e, de acordo com esses eventos que teríamos, eu ia executar eles e aí com essa pandemia não consegui fazer nada”.

Fatima Azevedo, proprietária do Sorvetruck. “A gente não teve como tomar medida para tentar driblar a crise. No mês que precisamos fechar era o período do ano que era mais calor. Até tentamos a auxílio disponibilizado para MEI’s, mas não conseguimos.”

Eventos cancelados e o impacto financeiro no empreendimento

Com o Sorvetruck estacionado em um ponto na Avenida Presidente Castelo Branco, em Igrejinha, uma das principais da cidade, a proprietária do empreendimento detalha os eventos que estavam agendados. “Tinha a Feira do Livro, Igrejinha Mix MatearTchê, festas das crianças agora em outubro… Foi o que abalou nós”, lamenta Fatima.

De acordo com a proprietária, a estimativa é de que o fluxo de clientes no local tenha diminuído em torno de 40%.

Esperança Mantida

Fatima ainda comenta sobre o fluxo de clientes no momento e revela suas expectativas para uma melhora nas vendas no ponto fixo. ”O movimento agora está bem devagar, ainda está bem fraco”, conta. “A gente tem uma expectativa de vender um pouco mais agora no verão, por que começa a esquentar. Então esperança nós não podemos perder, por que se chegar a perder as esperanças, nós estamos perdidos”, finaliza a empreendedora.