Departamento de Bem Estar Animal de Igrejinha busca conscientização sobre o abandono

Igrejinha – Com o objetivo de conscientizar a população igrejinhense sobre todos os cuidados que fazem parte do processo de criação de um pet, o Departamento de Bem Estar Animal de Igrejinha tem trabalhado para proporcionar melhores condições de vida para os animais de rua. A superpopulação, principalmente de cães que transitam pelos bairros, não é um problema exclusivo do município. Não há uma solução fácil para a situação, especialmente por ter como causa a falta de cuidado e consciência dos donos, que muitas vezes abandonam os bichos quando crescem demais, adoecem ou nascem filhotes.

A estrutura municipal conta com uma casa de passagem que atende momentaneamente cães encontrados em situações graves. A coordenadora do departamento, Cristiane Dalosto, explica que o programa prevê que haja um tratamento até a recuperação do animal, que na maioria das vezes retorna para a rua por não encontrar quem o adote. “Temos um grande trabalho de conscientização pela frente. Não adianta trabalharmos nas ruas se as pessoas continuarem a abandonar os animais”, projeta. Os serviços oferecidos pelo departamento dão conta de enfermidades como sarna, membros quebrados, remédio para vermes, prevenção de gravidez e outros. Para procedimentos de maior complexidade, envolvendo atropelamentos ou risco de vida, a prefeitura garante através de licitações a contratação de veterinários que possam dar conta de cada caso. Além disso, as denúncias de maus tratos podem ser atendidas pelo departamento de fiscalização, que tem respaldo em uma lei municipal para multar quem pratica os atos, conforme informa o secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Jeferson Corá. O secretário salienta que em breve um veterinário deverá atuar na estrutura, reduzindo custos e melhorando os atendimentos.

Muitos cães, pouca adoção

Todos os animais tratados pelo departamento são colocados para adoção nas feiras que são promovidas regularmente aos sábados pela manhã, na Praça Dona Luisa, centro da cidade. “Nosso trabalho é voltado para os bichos de rua de porte pequeno, mas vale a ressalva que precisamos da ajuda da comunidade com os lares passageiros, pois não há como abrigar e manter todos que recebem atendimento”, enfatiza a coordenadora. O fato é que na maioria dos casos os animais são tratados e, após a verificação de melhorias na saúde, são devolvidos ao abandono porque dificilmente se efetiva a adoção de cães adultos.

Parcerias na ação e proteção

O trabalho do departamento acontece em parceria com a ong Adote um Amigo, composta por voluntários que há anos se engajam na causa dos animais sem moradia. Quem está à frente da entidade é Vanessa Kirsch, que destaca o empenho do prefeito Joel Wilhelm em contribuir nesta área. “Já no primeiro mandato o prefeito nos procurou e perguntou como poderia ajudar nesta situação, então estabelecemos uma parceria que garantia um pouco de dinheiro para a Adote um Amigo”, diz. Mas uma mudança na legislação não permitiu mais que a entrada dos valores continuasse, a não ser que a entidade se tornasse uma microempresa. Os impostos, neste caso, trariam mais prejuízos do que benefícios em receber os repasses, conforme Vanessa. Depois disso, o trabalho continuou através do departamento, que passou a oferecer mais estrutura para as ações. Mesmo assim, a demanda ainda não é integralmente atendida.