Defesa Civil de Taquara alerta para o risco de estiagem nos próximos meses

Foto: Prefeitura de Taquara

Por Defesa Civil
Atenta a situação da estiagem que já atinge algumas cidades do Rio Grande do Sul, a Defesa Civil de Taquara faz o alerta para a possibilidade de seca nos próximos meses, em razão do fenômeno climático La Niña. Em comunicado publicado nesta quarta-feira (22) em sua página do Facebook, o órgão relata que, apesar da previsão de chuva para cair entre os meses de janeiro e março de 2022 ser na média do período, há riscos de que o volume não seja o suficiente para a manutenção dos estágios naturais de crescimento das culturas agrícolas do verão.
Neste primeiro momento, além do informativo divulgado, o órgão faz o acompanhamento dos dados com base nos relatórios emitidos pela Emater, que cataloga todo o prejuízo causado pela seca. “Tendo os dados e toda a fundamentação, a Defesa Civil declara situação de emergência, a prefeita decreta situação de emergência e este decreto vai para o Estado para ser homologado, e depois para a União”, explica o coordenador da Defesa Civil de Taquara, Matheus Modler. “Esta medida é importante para termos a real noção da situação climática no Município e como isso afeta os nossos agricultores, que dependem da chuva para que todo o trabalho de plantio dê resultados. Se for necessário o decreto emergencial, faremos todos os esforços para o efetivo reparo dos danos”, completa a prefeita Sirlei Silveira.
Em caso de homologação do Decreto, é criada uma situação jurídica favorável para o recebimento de recursos federais e estaduais. “Isso também possibilita que os agricultores refinanciem os seus financiamentos agrícolas bancários. Além disso, o agricultor conseguirá pleitear a renegociação dos seus investimentos e seus débitos com a instituição bancária”, complementa Matheus, ao lembrar que em 2020, foi diagnosticado um prejuízo na lavoura acima de R$ 50 milhões por causa da estiagem. Como não houve decreto de situação de emergência, estas pessoas tiveram dificuldade em conseguir refinanciar suas dívidas com os bancos. “Foi uma situação que gerou inúmeros prejuízos aos agricultores. Esse erro nós não queremos cometer”, lamenta.
Pedidos por recursos
Um dos pedidos que a Administração Municipal pretende fazer com relação à estiagem está em um projeto do Governo do Rio Grande do Sul que fará a perfuração de um determinado número de poços industriais em localidades acometidas pela seca, e também em alguns açudes. “Nós vamos pleitear esses recursos do Estado com base no prejuízo catalogado. Queremos que não ocorra esta perda, mas se acontecer, precisamos estar organizados a ponto de possibilitar o aporte financeiro dos demais entes federados. É o objetivo principal do nosso acompanhamento”, esclarece o coordenador.
Em 2021, Matheus lembra que a Defesa Civil de Taquara já conseguiu obter dois recursos. Um deles, de R$ 130 mil, conquistado através do Poder Judiciário, para a aquisição de drones, e outro de R$ 34 mil junto ao Governo do Estado, para a realização de castrações. “Havendo a necessidade e a situação de emergência, não se olvidará esforços para conquistar os recursos, como já fazemos”, destaca.
Uso racional por parte da população urbana
Matheus frisa que o alerta para os moradores da zona urbana de Taquara fica quanto ao uso racional da água, evitando desperdícios. Mesmo com a estiagem, a possibilidade de racionamento não está sendo cogitada, pois a expectativa é de que a chuva esteja na média. “Porém, vivemos um período de crise climática, e temos prognósticos de agravamento nos próximos anos, conforme o recente relatório da ONU. Nós precisamos adotar e incorporar a cultura de controlar o uso da água. Não é momento para o desleixo”, salienta.