Da escola para a comunidade: venda de doces por alunos é destaque em Rolante

Mãe, direção e professor orgulhosos do trio de estudantes em Rolante (Fotos: Júnior Ribeiro)

Rolante – Uma atividade proposta pelo professor de Matemática, através do projeto Pequeno Empreendedor, resultou na criação de um novo negócio que é sucesso em Rolante.

Os estudantes do 9º ano da Escola Sagrada Família, Pedro Cardoso Borba, Vítor Hugo Both e Cássio Grings Engelke, todos aos 14 anos, abriram o empreendimento “Doces dus Guris”. Eles comercializam palha italiana com o apoio das mães. Com nome e seguindo diversos cuidados na criação de uma empresa, os garotos venderam, em menos de um mês (4 a 31 de maio), 545 pacotes do doce, com 100 gramas cada. Além de Rolante, os alunos também já possuem clientes em Sapiranga, Taquara, Igrejinha, Porto Alegre e até na região das Missões. “Temos, por exemplo, professores que compram e levam às suas cidades ou para conhecidos. O retorno está sendo muito rápido”, comentou a mãe de Pedro, Edna Cardoso.

O sucesso dos garotos foi tanto que eles fizeram até pesquisa nas redes sociais para a venda de novos sabores. Desde semana passada, eles implementaram mais dois sabores das palhas: limão e coco. “Fizemos uma pesquisa/enquete pelo Instagram e, então, decidimos acrescentar estes dois sabores na venda dos nossos doces”, detalhou Vítor.

“É uma lição gigante para a vida”, diz professor sobre os desafios do empreendimento

O professor de Matemática, Gustavo Luiz Madruga da Rosa, que desenvolve a atividade com os alunos, destaca o quanto os desafios de desenvolver um negócio trazem de ensinamentos para a vida. ”É ótimo ver o desempenho deles, e mostra que eles entenderam e aplicaram o que foi passado em sala de aula. Quando acontece isso é porque está havendo efeito: evoluindo da teoria para a prática. Quando se tem prazer no que faz, fazemos bem feito. E o estudante tem que ter prazer e alegria de estudar, se tiver isso, vai aprender muito bem”, disse ele, que ainda cita que estes alunos perderam a timidez e conquistaram mais confiança. “Eles sabem que mesmo com esforço, podia a vir dar errado, e isso é uma lição gigante para a vida”, completou o professor.

DIRETORA VALORIZA O TRABALHO

A diretora Arlete Rosane da Rosa valoriza o trabalho dos alunos. “Fico muito feliz em ver iniciativas como essa serem desenvolvidas na escola, pois preparam nossos alunos para a vida, iniciando-os no empreendedorismo e no planejamento financeiro. Estes alunos jamais esquecerão dessa experiência e estão de parabéns pelo empenho e dedicação, pois tiveram de planejar, organizar e trabalhar muito”. A diretora também enaltece o esforço do professor e famílias. “Parabenizo as famílias por acolherem a ideia e darem suporte aos filhos. E ao professor por colocar em prática o nosso lema: juntos construímos propósito pensando no futuro”.

Mães não medem esforços, mas dividem despesas

A palha vendida pelos estudantes é toda produzida em empenho mútuo das mães. Mas quem pensa que o doce chega de graça, está enganado. Sem visar lucro, mas ensinando que tudo precisa ser conquistado, as mães cobram um valor por cada receita, que rende em média 10 pacotes. “De início, logo nos tornamos parceiras para produzir, mas nunca imaginávamos que chegaria nessa proporção”, contou a mãe Maria Alice de Fraga Both, orgulhosa.

Como as vendas aumentaram, assim como o comprometimento para as entregas e vendas nas datas, as mães chegaram a fazer mutirão até a madrugada para dar conta da produção. “A gente produz, corta e embala, claro com a ajuda deles. Na sequência, eles cuidam de distribuir, fazer as planilhas de venda e acompanhamento do trabalho, assim como a divulgação feita nas redes sociais”, explicou Maria Alice. A amiga e colega de produção Edna ressalta essa parceria dos pais, escola e dedicação dos alunos. “Tudo isso é importante”.