Cultura alemã dos ternos de atiradores tem representantes em Parobé

Parobé- A tradição dos grupos de atiradores data do final da Guerra do Paraguai, quando os soldados descendentes de alemães que lutaram pelo exército brasileiro receberam as chamadas riúnas (ou trabucos). As armas, que antes eram utilizadas contra o inimigo, passaram a ser usadas para celebrar a paz. Tradicionalmente é usada uma pólvora específica para que a fumaça que na hora do tiro saia branca e reitere esse sentimento da comemoração do final da guerra. Os grupos costumam reunir-se na virada de ano ou em encontros tradicionais como festas típicas ou de arrecadação.

O terno de Atiradores 1° de Maio iniciou as atividades em 1990 com o nome de Associação Cultural e Recreativa 1º de Maio, hoje possui cerca de 12 atiradores, mas a família toda pode participar dos encontros. Em muitos casos a atividade é passada de pai pra filho e assim a tradição germânica ultrapassa as gerações.

 

As festas anuais, na verdade fazem parte de um circuito de encontros entre os grupos da região, em 2019 aconteceram oito eventos nas cidades de Parobé, Montenegro, Taquara, Igrejinha Rolante e Sapiranga, todos municípios que sediam grupos de atiradores ativos.  Entretanto, por causa da pandemia, o evento não foi realizado em 2020 e ainda não há data para o retorno dos encontros. O grupo foi selecionado, através de edital, dentre outros projetos artísticos para ser beneficiado pela Lei 14.017/2020, a Lei Aldir Blanc. Esse recurso será destinado para os custos como manutenção das riúnas e compra de pólvora, quando retornarem as apresentações.

 

A Associação pretende usar parte do apoio também para materiais de divulgação “Esse incentivo ajuda pra pra não se terminar, a juventude não tem se interessado muito e se conseguir mais divulgação o pessoal conhece mais” salienta Enedir Schonardie, presidente da associação e um dos dois membros fundadores que ainda estão no grupo. Schonardie participa de terno de atiradores desde 1983, quando ainda morava em Ilha Nova no interior de Taquara.

 

Foto: Arquivo pessoal