Criação do auxílio aluguel, sugerido para comércio e serviços de Taquara, não deve sair do papel

Apesar do movimento nas ruas, comerciantes relatam queda nas compras. Foto: Matheus de Oliveira

Taquara – Os comerciantes e prestadores de serviços que atuam formalmente em Taquara terão de driblar com as próprias pernas a crise causada pela pandemia de coronavírus. O auxílio aluguel, adotado como medida emergencial por municípios da região para fortalecer principalmente os pequenos negócios, não deve ser uma realidade na cidade.

Questionado sobre a possibilidade de um programa de custeio parcial desta despesa, o secretário de Orçamento e Finanças João Carlos de Moura afirmou que, no momento, a Prefeitura não traça planos. “A gente fez o que deu para fazer. Prorrogamos prazos de pagamentos e de impostos, como o IPTU e ISS”, pontua.

Uma proposta de socorro ao comércio, ao setor de serviços e aos Microempreendedores Individuais (MEIs) foi sugerida ao Executivo pela vereadora Mônica Facio (PT). Conforme a indicação, a subvenção econômica seria concedida para estabelecimentos que não tenham se enquadrado como essenciais nos termos dos decretos a nível federal, estadual e municipal. O auxílio viria para ajudar em até 50% no valor de locação dos imóveis, por um período de até seis meses, com uma verba total para o programa de R$ 250 mil.

Pilares que sustentam indicação feita pela parlamentar

A vereadora Mônica Facio explica que uma série de apontamentos resultaram na indicação do programa de auxílio. Primeiro, a parlamentar levou em consideração resultados de estudos produzidos em seu mestrado.

“Conseguimos identificar que 60% das fontes de recurso do município são de origem de prestadores de serviço e comércios de toda ordem”, cita.

Outro fator considerado diz respeito à geração e manutenção de empregos nestes segmentos, que são fortemente atingidos por não serem considerados essenciais.

Por último, a vereadora menciona a injeção de recursos na cidade através do auxílio emergencial do governo federal. “Pessoas que são o público alvo desse auxílio gastam na farmácia, no mercadinho da esquina, na padaria da outra rua. Entendi que era função do município fortalecer esse segmento para que não houvesse desemprego em massa”, justifica.

Queda na arrecadação

Moura traça um paralelo entre a situação das empresas e da Prefeitura. “Se eles não vendem, não pagam impostos e a Prefeitura não arrecada. Então, temos a mesma necessidade, que é o faturamento”, exemplifica.

O secretário ressalta como medida positiva a liberação de licenças e alvarás com mais urgência. “Financeiramente, estamos no mesmo barco que todo mundo. De março para cá, nossa arrecadação caiu cerca de 25% ao mês. A reposição do governo federal não vai suprir essa queda”, conclui.

Medo de sair

A chegada da bandeira vermelha reduziu drasticamente as vendas do comércio taquarense. Esta é a avaliação da presidente do Sindilojas da cidade, Nara Rost Kublick. Segundo ela, os
negócios estão se adaptando à lógica de entregas e de retiradas nos estabelecimentos, mas o medo das pessoas de sair de casa devido ao avanço da pandemia tem freado as vendas. “A propagação não está no comércio. Eles são os que mais estão se cuidando”, frisa.