Contas de energia elétrica ficam 6,19% mais caras na região

RegiãoDesde 19 de junho entraram em vigor as novas tarifas de luz para consumidores atendidos pela RGE e RGE Sul. Para os cliente residenciais do Vale do Paranhana, o aumento na conta será de cerca de 6,19%. O reajuste foi aprovado recentemente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A justificativa para o novo preço é o resultado do cálculo da variação de custos associados à prestação de serviços. Pesou para a RGE Sul, principalmente, os gastos com aquisição de energia e os componentes financeiros relacionados à aquisição do último processo tarifário. Os reajustes são diferentes para a região atendida pela RGE Sul. Nesta área, o aumento para os consumidores ficou em 3,61%.

A Aneel aprovou em dezembro do ano passado a unificação das distribuidoras RGE e RGE Sul. Com isso, a empresa passou a atender cerca de 65% de todo o território gaúcho, o que representa 2,87 milhões de unidades consumidoras em 381 municípios do Rio Grande do Sul, atendendo mais de 7 milhões de pessoas.

O aumento atinge maiores percentuais nas contas de luz das indústrias

Os clientes da RGE que consomem grandes quantidades de energia e são considerados pontos de alta tensão, como indústrias, terão uma alta de 11,32%. Quem está ligado na baixa tensão, como pequenos empreendimentos, terá um reajuste de 7,04.

O proprietário de uma fábrica de calçados de Igrejinha comenta que a nova taxa é abusiva. “Nos últimos três anos o aumento da energia foi em torno de três vezes o valor da inflação.O custo fixo das pequenas e médias empresas está aumentando a cada ano, e não temos como repassar esses custos para os produtos porque a demanda está reprimida” explica o empresário.

Soluções sustentáveis

O fundador de uma empresa gráfica consolidada da região declarou que está investindo em energia fotovoltaica para seu negócio. As placas, que captam a luz do sol e transformam em energia elétrica, se apresentam como uma solução sustentável para quem busca uma forma de baratear despesas fixas com a iluminação. O empreendimento é de porte pequeno e gasta em torno de R$ 1200 mensalmente com o consumo elétrico das máquinas e computadores. O valor de compra dos equipamentos, que produzem a energia limpa, deve ter equivalência no longo prazo.

Fique por dentro

Uma opção que é pouco conhecida é o mercado livre de energia. Na prática, os contratos de compra e venda são feitos diretamente entre consumidores e geradores, sem o intermédio de empresas como a RGE. Esta área de negócios só está disponível para quem consome acima de 500 KW, o que significa uma estrutura industrial, de comércio ou outros negócios de grande porte. O objetivo deste segmento paralelo é fomentar competitividade no setor.

Nossa reportagem entrou em contato com uma empresa que faz a utilização deste serviço por possuir extensa área industrial. Os reajustes se configuram de forma diferente para quem compra diretamente sua energia. Por ser um aumento recente, ainda não haviam estimativas de qual será o impacto financeiro com as novas taxas.

Menor aumento em relação a 2018

Cabe lembrar que no último ano a conta de luz pesou mais no bolso do consumidor em razão da revisão tarifária, que acontece de quatro em quatro anos. O reajuste médio estava na casa dos dois dígitos – 21,51% para a área de abrangência da RGE. Os cliente de alta tensão também tiveram um índice de aumento mais elevado em 2018, chegando nos 19,04%.

Medo de impostos

Se as novas tarifas pesam para os consumidores residenciais, que tem sua conta de luz na média de R$ 150,00, o prejuízo se intensifica para grandes comércios. O proprietário de dois estabelecimentos de Taquara, que juntos empregam cerca de 90 pessoas, nos disse que sua conta de luz mensal chega a R$ 22 mil. O empresário explica que não investe em energia fotovoltaica porque acredita que em breve o governo criará impostos para essa forma de produção.