Comentário: Nossa saúde está doente, por Régis Souza

Por Régis Souza, vereador de Taquara (www.facebook.com/RegisSouzaMDB)

Vamos falar sobre a situação da saúde em Taquara. Ou melhor, vamos falar sobre como os problemas na saúde prejudicam o município como um todo.

Há alguns anos, o setor está passando por um tsunami: uma soma de erros, ações não realizadas e operações “tapa-buracos” após a concretização de problemas já previamente detectados; ilustrando a falta de estrutura da Prefeitura.

A UPA, idealizada em 2009, continua parada. Inicialmente ela se localizaria nos fundos do Hospital Bom Jesus. O atual prefeito venceu a eleição com promessas de continuidade à obra, porém, além do local ter sido modificado (atualmente a obra situa-se na Sebastião Amoretti), o assunto continua sendo tema de promessas: já foram feitos planos de transferir o Posto de Saúde 24h para o local, ou mesmo um ponto de atendimento do Corpo de Bombeiros (proposta também largamente difundida na última eleição); e tudo continua no papel.

Aliás, o próprio ponto do Corpo de Bombeiros já havia sido prometido para o local onde houve o lamentável incêndio na Beira-Rio, algum tempo atrás – onde atualmente existe uma praça. Assustadas com a falta de planejamento e com a incapacidade da administração municipal, além da própria Beira-Rio, já foram embora de Taquara a Usaflex, a Crysalis e muitas outras empresas, reduzindo em cerca de 1% a receita de ICMS.

Voltando ao hospital, seus equipamentos estão em estado precário: segundo relatos da direção da instituição, registrados em sessões da Câmara de Vereadores, o tomógrafo não funciona (e não é novo, ao contrário do noticiado em 2016 pela administração); o ecógrafo assusta seus operadores pelo estado em que se encontra e o aparelho de raio-x foi adjetivado como “pré-histórico”.

A junção de promessas não realizadas com o descaso frente aos compromissos assumidos gera descrédito à Prefeitura, ao setor da saúde e ao sistema como um todo.

Sou um crítico do atual modelo apresentado, com empresas terceirizadas administrando os recursos destinados ao hospital. Municípios vizinhos, como Igrejinha, Parobé, Três Coroas, Rolante e Riozinho estão com suas casas de saúde evoluindo devido a um modelo de Fundação Pública de Saúde (aberta a parcerias com o setor privado), que mantém os valores administrados dentro do município e por gestores contratados em concurso público.

Temos que seguir lutando pela melhora do sistema de saúde em Taquara, evitando o efeito cascata: se a saúde vai mal, todos os setores correm o risco de adoecer – e talvez não se curarem mais.

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