Igrejinha – Com a digitalização alcançando quase 7.500 processos na Comarca de Igrejinha, também ocorrem mudanças referentes à rotina. Em julho, foi criada a Central de Atendimento ao Público (CAP). E, no primeiro mês de atuação, foram realizados 470 atendimentos presencial e por telefone.
A juíza da Comarca de Igrejinha, Renata Dumont Peixoto Lima, explica que a mudança busca dar mais celeridade aos processos, assim como uniformizar o atendimento. “A ideia surgiu a partir de conversa com servidores e após eu ter participado de um curso de gestão do processo eletrônico”, disse a magistrada, citando a nova realidade no fórum a partir da digitalização. “Com isso, observando na prática forense, há uma radical mudança de paradigma na forma de trabalhar. Começamos a perceber que a uniformização dos atendimentos aos advogados e as partes, e a todos os envolvidos no processo, de modo geral, precisava ser feito”.
A CAP fica na sala 111 do Fórum e funciona de segunda a sexta-feira, das 13h às 19h, mesmo horário da Comarca. Advogados, jurisdicionados, Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Civil, demais órgãos e público em geral são atendidos por dois servidores e uma estagiária, ambos readequados do quadro atual da Comarca.
TRABALHO ININTERRUPTO
Antes da criação da CAP, todos eram atendidos pelos servidores que atuam nas varas. Com isso, o trabalho que eles estavam fazendo era interrompido. Agora, o atendimento é feito pelos três funcionários e os demais servidores seguem atuando nas varas. “Por que deixar que cada vara, distribuição e contadoria, e até mesmo direção do foro, podemos pensar em quatro balcões, com a mesma tarefa? Para o processo eletrônico, o tribunal entende que não é a providência mais adequada para lidar com os processos, porque todos os dados estão dentro do EPROC”, disse a magistrada. Os cartórios judiciais fizeram levantamento prévio da produtividade dos servidores e foi constatado que houve um aumento de cerca de 30% na produtividade.
MUDANÇA BENÉFICA PARA TODOS
A presidente da OAB Subseção Igrejinha, Bianca Edna Benetti, destaca os itens positivos da mudança. “Acreditamos que a CAP, além de proporcionar aos advogados, advogadas e jurisdicionados um serviço de melhor qualidade, também poderá trazer benefícios diretos relacionados à celeridade processual. Isso porque, com a centralização dos atendimentos, os servidores que atuam nas unidades judiciais terão mais tempo para desempenhar as atividades relacionadas ao andamento dos processos”, disse ela, reforçando que manterá contato com o fórum no andamento das atividades. “Ficaremos atentos e em contato direto com o Fórum levando as problemáticas eventualmente sinalizadas pelos colegas no dia a dia, para que possam ser feitos eventuais ajustes, mas pensamos que os atendimentos qualificados e especializados dentro do Fórum trarão muitos benefícios para os jurisdicionados e para advocacia de maneira geral”, completou.
Magistrada enaltece ação
A magistrada Renata reforça que o objetivo principal da CAP é uniformizar o atendimento às partes e aos advogados “em uma unidade centralizada e qualificada. Com isso, conseguimos acelerar o andamento dos feitos, porque as varas trabalharão exclusivamente dentro do cumprimento dos processos, sem interrupção provocada pelos atendimentos, que demandam bastante atenção no balcão”.
A equipe também em paralelo com o atendimento às partes e comunidade em geral, também estará testando o novo processo eletrônico. “Ainda estamos nos adaptando e pode ocorrer eventual problema. Então, porque não fazer também uma espécie de auditoria? Centralizamos essa fase, essa parcela do atendimento, junto à equipe”, completa a juíza. A CAP ainda está em fase de análise, mas a ideia é de que ela continue e evolua cada mais na melhoria do atendimento.