Candidatos precisam dialogar mais com eleitor nas redes, avalia especialista

Nova realidade necessita que candidato se aproxime do eleitor pelas redes sociais Foto: Ilustrativa

Região – O uso político das redes sociais é um fenômeno que ganha cada vez mais força no Brasil. Acelerado devido às dificuldades de realização de grandes eventos e do contato corpo a corpo em meio à pandemia, o processo de migração das campanhas para as plataformas digitais é um destaque no pleito de 2020.

 

Em Igrejinha e Taquara, embora os candidatos ao cargo máximo do Executivo tenham investido no uso destes meios, o que falta é interação com o eleitor.

 

Quem faz esta avaliação é o coordenador dos cursos de Comunicação e Design da Faccat, Augusto Parada. O especialista diz que em alguns casos houve uma transferência do que era feito de forma presencial para a rede social, sem atenção às especificidades das plataformas.

 

“Antigamente, os candidatos estavam preocupados em ir na esquina entregar santinho, e não conversar. Na rede, alguns têm feito o mesmo. Publicam em demasia e cansam o leitor, quando o mais importante é estabelecer diálogo”, pondera. O professor ressalta que essa é a base de qualquer rede social: interação e troca de ideias.

Cada rede social precisa de uma linguagem

Outro ponto que deixa a desejar é a falta de variação na linguagem utilizada em cada rede. Seja pelo Facebook, Whatsapp, Twitter ou Instagram, é preciso estar atento ao perfil de cada usuário.

“Em muitos casos uma mesma publicação é replicada em todos os meios”, observa o especialista.

Com a diminuição nos espaços de propaganda em televisão e rádio, o trabalho em vídeo tem ganhado destaque nas campanhas. “É o mesmo tipo de vídeo em todas as redes. Tem alguns públicos que não ficam muito tempo presos nas publicações, ou seja, vídeos com mais de dois minutos dificilmente vão ser assistidos na íntegra”, exemplifica.

É preciso estar na rede

O professor destaca que nas eleições municipais de 2020 é imprescindível o uso das ferramentas digitais para potencializar o alcance da campanha. Inclusive, quem fugir a essa lógica, está sujeito a ser esquecido pelo eleitor. “Neste momento específico não tivemos uma volta à vida normal, com convívio, então uma das maneiras de chegar até quem está recluso é a rede social”, pontua Parada. Um aspecto que pesa positivamente neste cenário é a questão ambiental, conforme o professor. “A poluição gerada pelo lixo gráfico e a poluição visual não estão bem vistos pelos eleitores. As redes acabam sendo uma forma de divulgação mais limpa”, explica, acrescentando que “não estar na rede debatendo, neste contexto, é muito perigoso.”

Em relação às informações falsas, o especialista enfatiza que é preciso cuidado. “Nem tudo que os candidatos publicam é verdade. Pessoas com dúvida devem procurar fontes confiáveis, como Ministério Público, tribunais e veículos de imprensa”, completa.