Campanha Taquara Sem Esmolas orienta a comunidade a não ajudar financeiramente pedintes

Taquara – A realidade social do Brasil pode ser percebida de muitas maneiras. Andar pelas ruas, principalmente das grandes cidades, revela que existem muitas pessoas em situação de miséria que dependem de esmolas e ações do poder público para sua subsistência. Não é preciso ir muito longe para se deparar com estas situações. Em Taquara, a prefeitura tem promovido uma campanha para orientar a comunidade sobre como lidar com o grande número de pedintes que ficam próximos aos comércios da região central solicitando  moedas para quem transita pelas calçadas. 

O secretário de Desenvolvimento Social e Habitação do município, Anildo Araújo, explica que a ação instrui a comunidade a encaminhar estas pessoas ao poder público, para que a devida assistência seja prestada. “Disponibilizamos refeições, banhos, palestras com psicólogos, roupas que são doadas pela comunidade e leito para quem precisa” destaca o secretário, afirmando que essa ajuda beneficia muito mais do que moedas, que muitas vezes são usadas para sustentar vícios. 

No processo de acolhimento é feita uma planilha com informações sobre quem usufrui do serviço. O albergue funciona como uma casa de passagem, em que durante três dias o pedinte pode utilizar a infraestrutura e os serviços do local. Uma grande dificuldade neste trabalho é que muitos moradores de rua não aceitam as regras do albergue e preferem  ficar sem a assistência. A secretaria registra que são cerca de 53 pessoas que vivem sob essas condições no município.

Centro Pop possibilitará mais auxílio

Atualmente, o amparo oferecido pelo município é custeado por recursos financeiros do caixa livre, mas em Brasília já tramita um projeto para a expansão do CRAS que trará recursos federais para a área. A cidade já dispõe do terreno em que será construída uma nova infraestrutura, que contará também com um Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop). Isso permitirá a realização de um serviço mais abrangente e completo para os moradores de rua e outras pessoas que precisem de assistência. O projeto tramita desde 2017 e aguarda a liberação da verba para sua realização.

Políticas públicas para solucionar

O secretário do Consepro de Taquara, Dênis Badermann, entende que direcionar essas pessoas às assistências municipais força o poder público a se organizar para atender a demanda. Este é um problema que deve ser resolvido pela ação dos governos. “Dar dinheiro para estas pessoas, na maioria das vezes, só estimula o ócio. Se não houver medidas que efetivamente promovam a solução desta situação, o problema só irá para outros locais”, explica. O secretário destaca que muitos moradores de rua têm saúde para trabalhar, mas a formalidade exigida por muitas empresas acaba inviabilizando contratações. Um solução seria criar um balcão de serviços e empregos que fossem adequados para pessoas nesta condição.