Calçados Campa encerra atividades e demite mais de 100 trabalhadores em Parobé e São Francisco

Foto: Eduarda Rocha/Sindicato dos Sapateiros de Parobé

Por Eduarda Rocha/Sindicato dos Sapateiros de Parobé

Em recuperação judicial há mais de nove meses, o Grupo Campa pegou de surpresa mais de 100 trabalhadores e trabalhadoras com o anúncio do encerramento de suas atividades de produção. Com isso, os funcionários que atuavam no setor de corte e montagem em Parobé, além de costureiras de São Francisco de Paula, acabaram demitidos sem aviso prévio.

Exercendo sua tarefa de representatividade, o Sindicato dos Sapateiros de Parobé esteve na manhã de terça-feira, dia 29, na sede da empresa, onde conversou com os trabalhadores levando informações referentes aos direitos trabalhistas com a assessoria jurídica da entidade. Ao chegar no local, a entidade se deparou com o descaso dos empresários que não se encontravam na empresa, assim como grande parte do maquinário considerado de maior valor.

Já na manhã desta quinta-feira, dia 30, o sindicato iniciou o atendimento com o setor jurídico a todos os trabalhadores e trabalhadoras que farão parte de uma ação coletiva de fins rescisórios para cobrar direitos como aviso prévio, férias e décimo terceiro salário. “Nosso papel agora é buscar estes direitos de cada um e cada uma que simplesmente chegaram para trabalhar e receberam a notícia de que não haveria mais a produção. Vamos agilizar esta situação para que ninguém fique sem receber o que lhes é garantido, através de um crédito existente que foi informado pelo jurídico da empresa”, destaca o vice-presidente Sandro Fagundes.

Além de “Grupo Campa”, a empresa atua com nomes de razão social, sendo eles Madra, Hicker e Inside. Atualmente em Parobé a empresa contava com 84 funcionários, enquanto em São Francisco de Paula o total chegava a 38. Para o presidente do sindicato parobeense e também da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Indústrias do Vestuário e do Calçado (FETICVERGS), o cenário é de descaso e irresponsabilidade por parte dos gestores do Grupo Campa.

“Nos deparamos com um cenário de total irresponsabilidade, onde trabalhadores que atuavam na empresa por 13, 14 e até 15 anos, simplesmente chegaram e foram recebidos pelo descaso destes empresários que além de ausentes, ainda levaram parte das máquinas. Este é um momento lamentável, mas que evidencia a nossa importância como entidade sindical em defesa da classe trabalhadora”, salienta João Pires.