Brasileiros narram características do isolamento social em diferentes países ao redor do mundo

Fábio Radke e Lilian Moraes
da Região

Os brasileiros estão ainda se adaptando as novas realidades a partir da proliferação do novo coronavírus e de medidas impostas ao seu combate. Alguns países do mundo já atravessaram o ápice da pandemia, enquanto que outros ainda enfrentam dias difíceis na luta contra o vírus que mata milhares de pessoas. Pessoas que nasceram em nossa região contam suas experiências fora do Brasil a partir de confirmações dos primeiros casos do coronavírus. As sapiranguenses Vanessa Finotti e Danielly Drugge, presenciaram em diferentes continentes, o revés causado pela pandemia na vida de muitos pessoas. Vanessa reside em Hong Kong, que já atravessou a pior fase e já controlou o vírus. Já na Suécia, Danielly afirma que o número de mortos já é de mais de 500. O país europeu recentemente mudou de estratégia e passou a aderir a medidas mais restritivas. Já o jovem de Parobé, Alexander Fink, conseguiu voltar da Itália um pouco antes dos italianos começarem a atravessar a fase da dura com pandemia com o salto do número de mortos. Hoje, o Brasil já está adotando medidas restritivas no combate a disseminação do coronavírus.

Cenário no continente asiático

Na Suécia, sapiranguense relata situação contrária aos demais países europeus

Moradora da cidade de Sunne, a modelo sapiranguense Danielly Drugge conta que mesmo com casos confirmados no País, o dia a dia da população sueca não foi alterado. “O governo quer esperar pra ver a evolução do vírus e depois tomar uma decisão. Temos mais de 7 mil confirmados, mais de 509 mortes e 200 recuperados”, disse em relação as medidas mais flexíveis do governo sueco.

De acordo com Danielly, a população do país prefere não parar por conta do vírus. “Então, o pessoal aqui eles preferem estar trabalhando do que estar em casa, não querem que as escolas fechem por que isso vai atrapalhar. O pessoal aqui não quer perder o controle da situação então eles estão levando a vida normal. Os hospitais não tem capacidade para de receber grande capacidade de pessoas doentes, eu acho q estão trabalhando igual no Brasil, pessoas apenas vão até o hospital se realmente for necessário e sem acompanhantes. E ainda não tivemos o pico do vírus talvez em algumas semanas aconteça e daí sim eles vão se obrigar a fazer quarentena”, disse a modelo.

Da Itália para Parobé

Foi por pouco tempo, mas o parobeense Alexander Fink presenciou o começo da pandemia em um dos países mais afetados pelo coronavírus. Jogador profissional de futsal, o atleta estava na Itália quando tudo começou. “Fiquei praticamente três semanas contando a partir da primeira confirmação do caso. Porém foi na última semana que ainda estava por lá que os casos começaram a aparecer e aumentar consideravelmente”, conta.

Questionado sobre como o governo se portou diante da doença, Fink relata apenas depois da confirmação de inúmeros casos, o governo aderiu as medidas de quarentena. “Então no início não exigiram isolamento e acredito ter sido esse um dos motivos em a situação ter ficado tão complicada por lá. Pois no norte, local em que começou tudo, fecharam universidades e escolas, porém os moradores acabaram usando isso como ‘férias’ e foi nesse momento em que o vírus começou a se espalhar, depois que o vírus já havia se espalhado muito, com número de infectados passando dos 4000 e mais de 200 mortos, eles começaram a levar a sério. Então declararam isolamento para todo o país, sem data para retornar a qualquer tipo de atividade, tudo dependeria de como iria ser os próximos dias. Já se passou 1 mês desde o decreto de isolamento e ainda seguem em vigor o decreto de isolamento”, explica.

PRECAUÇÃO

O atleta ainda revela que mesmo voltando da Itália sem sentir sintomas da doença, seguiu a risca todas as recomendações de isolamento. “Sim, como voltamos logo no início, ainda não estavam fazendo testes por aqui, a não ser que tu apresentasse sintomas muito fortes. Então aqui em casa durante os primeiros 10 dias desde a minha chegada, adquirimos a risca do isolamento, não recebemos nenhum tipo de visitas, minha mãe só entrava no meu quarto e no meu banheiro para limpeza e trocar as toalhas, tinha louças únicas marcadas com meu nome, até mesmo na hora do chimarrão tomava em uma cuia sozinho. Sem contar o fato de não ficarmos mais próximos do que 1,5 metros”, disse.

LIÇÃO

Sem poder jogar na Itália por conta da pandemia, o jogador ainda faz um alerta sobre a importância de, quem puder, seguir as recomendações de isolamento. “Olha vendo tudo que aconteceu e estando lá vendo os números aumentar a cada dia que se passava, só leva ao fato de que devemos levar a sério toda essa situação e seguirmos tendo os devidos cuidados, aqueles que precisam trabalhar que o façam tendo todos os cuidados possíveis, pois sabemos que se isso estourar tudo de uma vez, pode ser que aqui seja igual ou pior do que foi na Itália. E aos que não precisarem sair de casa, não saiam, fiquem em casa”, recomenda.