Biometria não será usada no processo eleitoral de 2020

Especialistas avaliam que há risco de contaminação com uso do leitor de digitais. Foto: Divulgação/ABR

Região – Os 119.793 eleitores que fizeram o cadastro biométrico obrigatório no Vale do Paranhana não irão mais usar a tecnologia nas eleições deste ano. Na última semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou que seguirá recomendação sanitária e excluirá a identificação nos dias de votação, para diminuir as possibilidades de propagação do coronavírus. A mudança causa incertezas aos cartórios da região, que ainda não receberam diretrizes claras de como deverá transcorrer o processo eleitoral.

O cartório de Taquara, que também responde pelas cidades de Parobé, Rolante e Riozinho, informa que há possibilidade de que cada cidadão tenha que levar sua caneta no dia da votação, e que seja obrigatório o uso de luvas para digitar na urna. “Estamos aguardando posicionamento do TSE. Só sabemos que não terá biometria, então certamente terá assinatura em um cadastro. A forma como vai funcionar é que ainda não está decidido”, manifesta o cartório.

Médicos e técnicos consideraram dois fatores de risco para excluir biometria

Um deles é que a identificação pela digital pode aumentar as possibilidades de infecção, já que o leitor não pode ser higienizado com frequência; outro é que aumentam as aglomerações, uma vez que a votação com biometria é mais demorada do que a com assinatura no caderno. Muitos eleitores têm dificuldade com a leitura de suas digitais, o que aumenta o risco de formar filas nas sessões.

Novo treinamento para mesários

O Cartório Eleitoral de Igrejinha, que também abrange Três Coroas, indica que uma das diferenças será no treinamento dos mesários, que antes eram orientados sobre como trabalhar com a biometria. “Ainda não tem nada definido porque as eleições foram adiadas (para 15 e 29 de novembro) e o treinamento não acontece com tanta antecedência.”

Dos municípios do Vale do Paranhana, apenas Taquara não teria a obrigatoriedade do cadastro biométrico para votação. Riozinho e Rolante tiveram o processo de regularização entre 2013 e 2015; Três Coroas entre 2015 e 2016; em Igrejinha ocorreu durante 2019; Parobé estava com o cadastramento da digital em andamento antes do início da pandemia. Mesmo quem teve seu título suspenso pela falta de cadastro biométrico poderá votar, conforme o TSE.