Banda municipal de Igrejinha ‘reestreia’ no 7 de setembro

Professor comandando o aquecimento dos alunos antes do ensaio Foto: Lilian Moraes

Quem passa pelos arredores do Parque de Eventos Almiro Grings aos sábados consegue ouvir. A música ecoando aos quatro ventos é resultado de um trabalho que reiniciou depois de dois anos sem poder, efetivamente, reunir os integrantes da banda municipal de Igrejinha.

Composto por jovens da cidade, o grupo é responsável por manter viva a tradição da banda marcial no município e, desde o seu retorno pós-pandemia, iniciou um novo desafio: tocar na modalidade blaskapelle – banda de metais focada na cultura alemã.

Segundo o professor Paulo Kaiser, professor regente da banda desde 2014, a ideia de iniciar a blaskapelle surgiu a partir de uma necessidade de atrair novos instrumentistas. “Percebemos que as bandinhas típicas, que tanto enaltecem no sentido de Oktoberfest aqui, estão carecendo de novos talentos. Então, ela nasce com essa missão. De formar, desde os anos iniciais, novos músicos, focados na cultura alemã”, destacou.

Sem deixar a vertente da banda marcial de lado, os igrejinhenses encaram o 7 de Setembro deste ano como uma espécie de reestreia nas apresentações, tanto no município quanto fora dele. “Então, é essa a ideia. A partir do 7 de Setembro estabelecer uma agenda de participações. Vamos tocar na caminhada cívica. Nos dias 18, 19 e 20 de outubro aqui no parque da Oktoberfest em formação de blaskapelle. E em novembro estamos prevendo a participação em um evento maior, um festival de bandas que acontece em Cachoeira do Sul, muito tradicional no parque da Fenarroz, que reúne em torno de 25 a 30 bandas do Estado”, detalhou Kaiser.

O objetivo, conforme o professor, é oportunizar uma maior troca de experiências entre os instrumentistas da banda igrejinhense com integrantes de outros grupos do Estado.

Inscrições estão abertas

“Chegam sem saber”  
O professor ainda conta quem embora existam raras exceções, a maioria dos alunos chega na banda sem conhecer a teoria necessária para começar a tocar. “Eles chegam sem saber tocar nenhum instrumento, ler partitura, nada. Tudo isso aqui a gente faz”, pontuou. Contudo, o regente destaca que a cultura alemã impulsiona diversos talentos. “Por todo o contexto que envolve as origens, muitas vezes, por mais que não conheçam a teoria, eles conhecem as músicas. Então é uma adaptação que acontece de forma muito natural”, concluiu.

Sobre o trabalho

Paulo Kaiser, professor regente da banda.
“Estamos em um período forte de expansão, visitando as escolas, sensibilizando os novos integrantes a participarem. A nossa meta é até o final do ano chegar a pelo menos 30 componentes. Esse é o nosso objetivo. Para o próximo ano, aí o nosso atendimento vai trabalhar entre 30 a 40 pessoas”.

Juliano Müller, secretário de Turismo e Cultura.
“Agora nós estamos fazendo esse recrutamento, ainda em um número muito diminuído de integrantes, com esse grande desafio: de ser a blaskapelle muito ligada a Oktoberfest, as bandinhas típicas e aos costumes de Igrejinha e, por outro lado, cumprindo o papel de banda marcial”.

Gabriela Prates, integrante da banda.
“Eu faço parte da banda municipal de Igrejinha há aproximadamente cinco anos e no meu trabalho, como estagiária em uma escola infantil da cidade, eu pratico as canções com as crianças e a música me motiva bastante no meu dia a dia”.

Alguns dos instrumentos utilizados

 O bombo (foto ao lado) é classificado pelo professor como um dos mais acessíveis. É através dos instrumentos de percussão que, segundo Paulo, a maioria dos alunos inicia sua trajetória na banda, para adquirir noções rítmicas. “Depois é natural que ele faça a transição para os melódicos, explicou.

 Apesar de ter um aspecto desajeitado e geralmente assustar os alunos por seu tamanho, conforme conta Paulo, o bombardino é o mais curioso. “Porque ele tem um som extremamente agradável, ainda que seu tamanho e formato deixe os alunos um pouco assustados em um primeiro momento”, relembrou.

 Considerado o mais complexo dos instrumentos, o saxofone chama a atenção pela técnica de chaveamento que precisa ser decorada para extrair o som. “Geralmente é o que as pessoas têm mais interesse. Saxofone é o que nós temos de mais difícil pela quantidade de chaves. Se tem mais o menos 20 chaves”, detalhou o professor.