Artistas em Igrejinha e o momento

Fotos: Arquivo pessoal/ Stéfanie Telles

O setor cultural também foi impactado com a pandemia e é visível o esforço da classe para se adaptar e manter-se de pé diante da crise instaurada por conta do vírus. Os músicos, por exemplo, sentem até hoje as consequências de não poder realizar shows ou participar de grandes eventos. Igrejinha é o berço de inúmeros talentos, seja de artistas naturais da cidade, ou que possuem fortes vínculos com o município, o que é o caso do igrejinhense Deividi Alain Wallauer, que tem mais de 30 anos de carreira e de Maykell Payva, morador da cidade e músico, que por 10 anos anos acompanhou a dupla César Oliveira e Rogério Melo.

Wallauer, embora nascido em Taquara, se considera um igrejinhense de coração e destaca que a cidade foi muito importante para a sua carreira. “O município me acolheu no início de tudo. Numa época que era estranho trabalhar com música (…) comecei tocando em Igrejinha e depois que foi expandindo, mas Igrejinha com certeza segurou e foi a saída”, conta.

Paiva, por sua vez, é de Dom Pedrito até chegar em Igrejinha, conheceu inúmeras culturas, mas revela admiração pelo município. “Morei em Pelotas, Porto Alegre, Taquara e gosto destes ares puros e verdejantes aqui dos vales. Eu acho uma beleza essa região”, exalta.

Expectativas e projeto em desenvolvimento são apresentados

As prospecções para um período pós pandemia também acontecem no setor, tanto Deivid quanto Maykell são otimistas com relação ao futuro, mas alertam que precisam ter calma. “Eu espero que se mantenha dessa forma, não me importo que seja menos trabalho, que seja com menos faturamento, mas agora nestes momentos de abertura, precisa se ter um cuidado. Então que se mantenha com esses poucos shows por semana que estou fazendo agora, do que pare totalmente”, pontua Wallauer.
Maiykell também revela seus anseios. “As minhas perspectivas são sempre as melhores possível. Eu gostaria que as pessoas que hoje assistem as lives e estão vendo os artistas em casa trabalhando e pedindo uma contribuição de pix muitas vezes, que quando isso voltar a acontecer ao vivo que elas não esqueçam, que elas possam ir lá prestigiar ao vivo e que todo o cidadão faça questão de ter arte e cultura no seu município”, opina.
Para não deixar a música silenciar e fortalecer seus vínculos com a cidade, Paiva está preparando uma ação solidária na pandemia, denominada Respirando Música Gaúcha. “A minha ação para ter o que ofereço que é música e arte eu estou fazendo, isso para as pessoas conhecer o universo das artes e da música, embasadas no genêro gaúcho”, conta. “Tenho trabalhado com muito carinho e suor, fornecendo materiais de vídeo, PDF’s e irá apresentar aos alunos o universo do violão. Estou pensando em todos os caminhos e possibilidades de dúvidas para que eu consiga esclarecer da melhor forma”, finaliza.
Interessados em participar – crianças e adultos – podem procurar pela hashtag #respirandomusicagaucha que irão encontrar todas as informações sobre o curso. “É só encontrar o grupo no Facebook e através desse caminho, vou explicar os próximos passos por lá”, explica Paiva.