Apesar das perdas, Boa Esperança segue aberta para visitação e contemplação

Colheita segue pelos próximos dias na localidade Fotos: Lilian Moraes/GR

O sabor e a qualidade dos produtos oriundos da localidade de Boa Esperança são únicos, mas este ano o trabalho para manter o padrão está sendo dobrado. O motivo? Excesso de chuva e um fungo que atacou as videiras ainda em processo de floração, resultando na perda de uma expressiva quantidade da fruta.

Segundo o presidente da Associação Caminho das Pipas (ACAPI) e sócio-proprietário da Vinícola Sbardelotto, Leandro Sbardelotto, os produtores continuam em processo de colheita e por isso ainda não é possível estimar um dado geral sobre as perdas. “Estamos todos trabalhando ainda, por isso não temos esse número exato. O que posso dizer é que aqui [na Sbardelotto] prevemos 40% a menos do que no ano passado, quando foram colhidas cerca de 60 toneladas da fruta”, conta. Na propriedade, a uva é destinada para a produção de sucos e vinhos.
De uma forma mais geral, o presidente da ACAPI comenta que a maioria dos produtores enfrentou problemas. “Tem alguns que conseguiram tratar e por isso o impacto não foi tão grande, mas pelo o que conversei com o pessoal, boa parte dos viticultores sofreram com perdas”, comenta.

A associação é composta por oito vinícolas. Quem também recebeu a reportagem do Grupo Repercussão foi a Vinícola Montemezzo, através do sócio-proprietário Roberto.

Na plantação da família, a estimativa é de uma perda de 40 a 50% com relação ao ano passado, no entanto, o agricultor é enfático ao se referir sobre um aspecto. “Perdemos em quantidade, mas não em qualidade. Essa nós conseguimos manter. Não mudou em nada”, garante Roberto.

Ainda que 2024, até agora, tenha registrado uma colheita atípica, as propriedades estão de portas abertas para os amantes do enoturismo e do turismo rural. O roteiro conta com diversas alternativas em gastronomia e pousadas, além de uma paisagem encantadora em todas as épocas do ano.

Viticultores comentam sobre o momento

“Por decorrência das chuvas sofremos uma quebra em relação a produtividade. Em nossa propriedade estimamos uma perda de 40% a menos da safra passada. O que é bastante coisa para nós. Entrentanto, precisamos agradecer o que se salvou, erguer a cabeça e batalhar para conseguir fazer um bom ano com a venda dos produtos e esperamos que em 2025 seja melhor. Vamos trabalhar para isso. Para continuar mantendo a qualidade, apesar das dificuldades enfrentadas”.

Leandro Sbardelotto, sócio-proprietário da Vinícola Sbardelotto.

 

“Para nós o que mais afetou foram as chuvas que aconteceram na época da floração da uva. Não tinha o que fazer, não tínhamos como passar remédio, fazer o tratamento necessário para ela desenvolver, para o fungo não entrar na floração e aí acabou afetando depois que ela estava com o grão mais cheio. Então da nossa uva deu uma perda de 40/45/50% em relação ao ano passado. Foi algo bem grande, não tem como escondermos”.

Roberto Montemezzo, sócio-proprietário da Vinícola Montemezzo.

Não deixe de conhecer

O Caminho das Pipas fica a cerca de 18 quilômetros do Centro e além das vinícolas, conta com agroindústria de panificados e massas, restaurante aos finais de semana, pousadas, sítio de arteterapia, o parque municipal do Asa Delta e a cascata das Três Quedas.
Para as visitações nas vinícolas, a recomendação é de que seja feito um agendamento prévio. CLIQUE AQUI e tenha todos os contatos que compõem a ACAPI à disposição.

ACAPI: para reforçar as tradições

A ACAPI nasceu em maio de 2022 com o objetivo de reforçar as tradições e desenvolver um roteiro já tradicional, tanto na cidade, como pelo Estado.

O grupo é formado pelos empreendedores do distrito de Boa Esperança, que desde 2005, recebe visitantes atraídos pelas belezas naturais, gastronomia e o enoturismo, que se destaca pela fabricação de vinhos e sucos. Ao longo destes quase 20 anos de roteiro, o Caminho das Pipas ganhou notoriedade entre os pontos de turismo rural do Rio Grande do Sul.

Na época, Josiane Sbardelotto, (que desempenhava a função de vice-presidente e secretária da associação) falou sobre a consolidação da ACAPI como uma maneira de oportunizar a formação de parcerias e própria divulgação da localidade seja mais abrangente. “O objetivo é formalizar esse grupo que já trabalha há muito tempo com o turismo, agregando na questão de organização interna, divulgação, aprimorando o trabalho que vem desde 2005”, destacou.