A história por trás das ruas em Taquara

Foto da Edmundo Saft em direção à Julio de Castilhos. No centro estão os canteiros de pedra portuguesa. Foto: Facebook

Taquara – Você conhece a história da pessoa que dá nome à rua da sua casa? Muito se pode entender sobre o desenvolvimento dos bairros e municípios a partir dos personagens que designam avenidas e as principais vias.

Nome de um dos mais movimentados acessos de Taquara, Tristão Monteiro tem sua importância local e regional destacada nos livros de história. Em 1845, Tristão José Monteiro adquiriu a sesmaria (terras que não tinham dono e eram doadas pela Coroa Portuguesa) e criou a Colônia de Santa Maria do Mundo Novo. A partir de 1846 muitos imigrantes alemães vindos do vale dos Sinos, especialmente de São Leopoldo e de Dois Irmãos, e alguns diretamente da Alemanha, fixaram-se nesta colônia e aos poucos espalharam-se por onde hoje se delimitam os municípios de Taquara, Igrejinha e Três Coroas. Tristão morou na rua Júlio de Castilhos, em Taquara, onde hoje é o Banco Santander. Inclusive, ele teria falecido nesta localidade em 1892.

A professora de história Élen Waschburger conta que a partir do momento em que os colonos haviam resolvido suas necessidades básicas de alimentação e moradia, começaram a se dedicar às tradições associativas. Foi aí que surgiram as escolas, templos e cantos de coral. As conhecidas igrejas de Taquara na Júlio de Castilhos, inclusive, teriam sido erguidas sob uma condição peculiar. “Existe a lenda de que ele cedeu a terra para construir a igreja católica, mas como sua mulher era luterana, ele cedeu aos luteranos uma terra bem na frente para que ele pudesse ver ela na igreja”, lembra Élen.

Tristão Monteiro está enterrado em um túmulo especial no Cemitério Municipal de Taquara.

Antes, Estrada Geral da Serra; hoje, Edmundo Saft
Mesmo com registros históricos escassos, Edmundo Saft também virou nome de rua na cidade (foto da matéria). Sua breve biografia, conforme Élen, diz que ele atuava como médico e como assessor jurídico da prefeitura. O prédio onde residia é denominado Centro Profissional Edmundo Saft. A casa Schaefer, onde residiu Edmundo, foi construída na década de 1920 e demolida em fevereiro de 2012. A rua passou a ter essa denominação nos anos 1940, mesma época em que ele teria residido no local.

Sua importância está associada à prática de medicina, que ocorria no primeiro andar de sua casa amarela de alvenaria. “A gente não pode esquecer que no século XX Taquara se tornou um polo econômico muito forte na região, disputando com Novo Hamburgo e São Leopoldo. Tinha muito movimento e isso acabou atraindo médicos para a região. Chegamos ao ponto de ter três hospitais na cidade”, explica.