A história na voz de quem viveu cada momento

Com 36 anos de atuação no setor público, Both encerrou a carreira no dia 13 de março deste ano.Foto: Matheus de Oliveira

Parobé – Uma vida inteira dedicada ao serviço público; recortes de jornais que narram os principais fatos da história de Parobé; participação ativa em entidades que se dedicam a fazer o bem; organização de eventos que constituem o DNA da comunidade. Este é um breve resumo da história de Geraldo Both, servidor público de carreira desde que chegou em Parobé, em 1984, e que hoje acumula experiências e registros que contam de uma perspectiva única a trajetória do Município.

O servidor, já aposentado, destaca inúmeras obras que foram importantes para a cidade ao longo dos anos. “A primeira que acompanhei foi a ponte ligando Parobé a Santa Cristina do Pinhal. A segunda grande obra foi a construção do prédio da prefeitura”, recorda. Outras memórias vivas são da construção da ponte da Estrada Velha; a implantação de saneamento básico; a luta da comunidade para construção do hospital e posteriormente a tramitação para atendimentos através do SUS; a inauguração do bairro Cohab; a primeira obra na área da educação do Município, que foi a construção da escola Romilda Siebel Renck, além da escola Getúlio Vargas – a primeira da região erguida com recursos federais. “Acompanhei todos os prefeitos desde 1984 e o que posso dizer é que cada um, do seu jeito, teve uma participação importante na história”.
Aos 59 anos, Both guarda com carinho as inúmeras caixas e pastas com recortes de jornais feitos entre o período que chegou na cidade até 2002. “A história da gente fica naquilo que deixamos marcado. Queria um dia encerrar minha carreira e ter algo pra dizer ‘eu estive em uma função, eu trabalhei em prol da comunidade’ e essas caixas são uma forma de legado. Registros de momentos que participei”, conta.

Arquivos guardam registros dos principais acontecimentos entre 1984 e 2002.
Foto: Matheus de Oliveira

Festejando Parobé e outros eventos
Ao folhear as páginas de seus arquivos, Both se depara com saudosos acontecimentos que tiveram sua participação. Entre eles está a Festa Afro, que contou com 27 edições e reunia a comunidade negra de diversos lugares do estado através de torneios de futebol, atividades culturais e escolha da rainha da festa. Outra memória é a criação projeto Fala Comunidade, que mobilizou o poder público ao encontro das comunidades nos bairros, com encontros periódicos, buscando conhecer as demandas da população. A participação do servidor não se restringe a eventos que ficaram no passado – o Festejando Parobé também foi criado com a colaboração de Both.

Questionado sobre os fatos que mais foram marcantes nessa longa história, Both cita sua entrada no Lions Clube. “Foi um fato que me marcou porque eu sempre me identifiquei com o serviço solidário, e entrei com objetivo de não ser só mais um”, relembra. Entre suas contribuições, está o desenvolvimento do projeto Lions Solidários. Já tendo passado pela presidência da entidade, hoje atua como membro.

“Tenho Parobé como uma cidade que me adotou. Quando cheguei aqui não tinha nada na cidade e acompanhei tudo isso. Quero ficar aqui até o último dia da minha vida”, declara.

Registros se somam à poesia em livro
Todos estes e muitos outros registros ganharão vida em um livro que está sendo planejado por Geraldo Both. A ideia é usar os recortes e os fatos vivenciados pelo autor para remontar a história da cidade de uma perspectiva diferente. “O nome vai ser ‘Nos Trilhos da Memória e da Poesia’. Vou contar a história de todas as entidades que fiz parte e dos momentos que estive nelas para falar sobre a história da cidade, para falar sobre aquilo que eu como cidadão ajudei a cidade a ser diferente”, explica. Além de ter trabalhado por anos como assessor de imprensa da prefeitura, Both também compõe poesias, que integrarão a obra.