A história de Taquara; caminhada do povo multicultural

Taquara – Cidade histórica e que representa muito bem a tradição do nosso estado. Assim pode ser descrita Taquara, que completa 137 anos no dia 17 de abril.

 

Carregando diferentes culturas e se adaptando com a evolução de todo um país, a cidade já abrangeu diferentes etnias e culturas, sempre realizando as atividades que os grandes centros exigiam. Antes de qualquer colonização em qualquer parte do mundo, o território era abrigo para as tribos kaingang e xockleng, que moldavam suas atitudes de acordo as estações do ano e as ofertas de alimento. Mais tarde, os guaranis habitam o local, inovando o conhecimento e o modo de vida daquela terra.

Depois da descoberta portuguesa e das repartições de terra, a região metropolitana na qual hoje existe Taquara foi denominada de Mundo Novo, definindo rapidamente o pertencimento geográfico dali para os portugueses durante a posse de terras. A terra fértil logo se tornou casa de outros povos e etnias, como os espanhóis, açorianos, paulistas e negros.

Terreno adquirido

Em meados de 1800, Taquara foi doada pelas autoridades portugueses a Antonio Borges de Almeida Leams, pela prática chamada de “Carta de Sesmaria”. O zelo e cuidado com essas terras motivaram Leams a fazer este pedido à Coroa Portuguesa, que o concedeu. Em 1846, depois de trocas de posse, Tristão Monteiro adquiriu a parte de todos os sócios que até então eram os responsáveis pela localidade, passando, assim, a ser o dono da terra conhecida naquele momento como Fazenda do Mundo Novo.

A partir daí, Tristão contribuiu para criação da Colônia do Mundo Novo, abrigo de imigrantes alemães. O local era uma casa em frente ao rio Santa Maria, hoje Rio Paranhana, no local onde hoje pertence a Igrejinha.

Distrito e cidade; mudanças no Paranhana

Consistente no cenário econômico e influente politicamente à capital do Rio Grande do Sul, Taquara virou vila e recebeu sua emancipação. Desta forma, os olhos do estado se voltaram ao município, que assumiu a responsabilidade não correspondida por Santa Cristina do Pinhal, antes município-mãe de Taquara e que, depois de cair financeiramente, se tornou distrito de “seu filho”.

Outras bandeiras conhecidas na cidade

Além dos imigrantes alemães, espanhóis e italianos, povos já conhecidos por todo nosso estado, a cidade do Vale do Paranhana contou com a presença de outras nações através de figuras importantes para sua história.

Bernth Hansen Holmer chegou nestas terras em 1868, carregando consigo o DNA dinarmarquês. Holmer chegou com 18 anos, esbanjando conhecimento como agrimensor, área ampliada do serviço de topografia, e também como fabricante de cigarros. Entre suas contribuições para a história taquarense, foi um dos fundadores da Loja Maçônica Águia Branca, espaço ainda existente na cidade. O representante da Dinamarca faleceu em 1939 no antigo Hospital de Caridade, e foi sepultado enrolado na bandeira de seu país no Cemitério Municipal.

Além de Bernth, outros europeus passaram pela cidade. O casal suíço João Jacó Huggentobler e Luisa Adele Huggentobler também agregaram a cultura local e, inclusive, deram nome a uma localidade em Taquara. A Picada do Francês, ou Picada Francesa, foi nomeada de forma equivocada em homenagem a João e Luisa, pois estes se comunicavam na língua herdada pelo período de domínio de Napoleão Bonaparte nas terras suíças, apesar de não terem nascido na França.

Consolidação e intitulada de forma oficial

A história seguiu sendo escrita, com a cidade observando um forte movimento migratório para as zonas urbanas e, também, um significativo crescimento populacional. Em maio de 1882, a atual cidade se tornou “Freguesia da Taquara do Mundo Novo”. Quatro anos mais tarde, nova evolução, a Freguesia vira “Villa da Taquara do Mundo Novo”, em 17 de abril de 1886, data em que, até hoje, comemora-se o aniversário do município.

Reconhecimento nacional

Após o reconhecimento oficial, novos destaques marcaram a caminhada do povo taquarense. A força da agricultura, sempre presente nas tradições da cidade, se provaram quando Taquara alcançou a alcunha de capital nacional da produção de feijão, consolidando ainda mais a sua economia.

Anos mais tarde, nova força agrícola; a produção de piretro. A planta, comumente utilizada para controle de insetos como moscas, formigas e mosquitos, tinha forte produção do continente africano para os Estados Unidos. No período da Segunda Guerra Mundial, a África foi impedida de exportar produtos como o piretro, exigindo aos EUA que buscasse uma nova alternativa. Assim, o sul do Brasil, na figura do município de Taquara, ganhou força importando a planta durante este período.

Dados atuais

Hoje, Taquara faz fronteira com Igrejinha, Três Coroas e São Francisco de Paula (ao norte), Glorinha e Gravatí (ao sul), Rolante e Santo Antônio da Patrulha (ao leste) e Parobé, Sapiranga e Novo Hamburgo (a oeste).

Com uma população estimada de 57.540 pessoas (dados IBGE), a “capital do sorriso”, como é conhecida, se orgulha de todo a sua história e dos fatos que a consolidaram como um dos principais municípios do Vale do Paranhana e de todo o Rio Grande do Sul.