Riozinho – A madrugada foi agitada. Mesmo com toda mobilização para chegar o mais rápido possível ao hospital, a pequena Gabriely foi mais apressadinha e a sua mamãe Patrícia Juliana da Silva precisou dar à luz dentro da ambulância, no último dia 2. Apesar do susto, ansiedade e demais sentimentos em meio as dores que anunciavam a chegada da bebê, tudo transcorreu bem. O nascimento virou notícia na região e a história da pequena Gabriely passou a ser conhecida. “Ficamos muito felizes; tudo que está saindo de notícia, fotos e vídeos, estou guardando para mostrar para ela quando for maior. Não imaginava que o nascimento dela daria toda essa repercussão; todos ficam nos perguntando como ela está e impressionados”, conta a mãe, sorridente enquanto fazia carinho na filha.
O nascimento contou com apoios fundamentais: a técnica em enfermagem Rosângela de Mattos, o motorista da ambulância Eliseu Bilefeldt e do papai Valmor Corrêa. Eles saíram de Riozinho por volta das 4h e a nenê nasceu no caminho, em Taquara. “Logo que entrei na ambulância, falei que achava que não conseguiria segurar até o hospital. Dito e feito, no caminho a bolsa estourou e ela nasceu”, lembra a mãe. “Fiquei com medo logo, pois ali não era o local ideal, mas assim que escutamos o chorinho dela, todos se sentiram mais aliviados”.
Segundo parto dentro de uma ambulância em cinco anos; a mesma técnica auxiliou
Para quem ficou surpreso com o nascimento da bebê apressada, temos uma outra notícia: há cinco anos aconteceu uma situação idêntica e, por coincidência, o parto foi realizado pela mesma técnica em enfermagem. “E, graças a Deus, também ficou tudo bem. No primeiro parto, precisei virar a criança, pois a previsão era um parto cesariana, mas a menina quis nascer antes”, conta Rosângela, feliz com o sucesso dos dois partos. “É uma alegria imensa e o coração fica aliviado porque nas duas situações, tudo ficou bem, apesar dos sustos”.
DORMINHOCA DA CASA
A mãe Patrícia completou 38 semanas de gestação no dia do nascimento. Gabriely nasceu pesando 3.100kg e medindo 49 centímetros. “Ela nasceu perfeitinha. Linda e saudável”, comemora a mãe. Após o parto na ambulância, a equipe parou no hospital de Taquara, que era o mais perto. O cordão umbilical foi cortado somente com a chegada na casa de saúde. “Logo, enrolamos ela e a mãe, para deixar as duas quentinhas, pois era uma madrugada fria”, lembra a técnica em enfermagem. Com três semanas de vida, Gabriely é uma bebê calma. “Ela dorme bem, mama e dorme. É super tranquila, só chora quando está com fome; uma benção de Deus”, conta a mãe coruja. Quem também é calminho é o mano Gabriel, de três aninhos.
Profissionais emocionados
*A madrugada do parto era o último plantão de Eliseu como motorista. Naquele dia 2, as ambulâncias passaram para os bombeiros voluntários, e, portanto, ele não teria mais plantões. “É muito emocionante. Hoje, mais calmo do que naquela sexta. A gente tentou chegar ao hospital e não conseguiu, mas deu tudo certo, isso é o mais importante e também emocionante. Nunca passei por isso, foram 13 anos na função, nunca tinha presenciado e participado de um parto. Foi um último plantão que até hoje quando lembro, meus olhos enchem de lágrimas de alegria”.
*”Sou muito grata a Deus; não sei o que faria se algo tivesse acontecido. Eu acredito muito que Deus sempre está, de alguma forma, em todas as coisas e nesse último parto, assim como a cinco anos atrás, tudo terminou da melhor maneira. Só tenho a agradecer pela benção de ter ajudado”, disse a técnica Rosângela.