Controle sobre a Barragem das Laranjeiras pode diminuir impacto das cheias na região

Paredão de água dará lugar a muro de concreto após esvaziamento da barragem. Fotos: Matheus de Oliveira

Três Coroas – Ter controle sobre a vazão de água na Barragem das Laranjeiras pode amenizar o impacto das enchentes nas cidades cortadas pelo Rio Paranhana. Atualmente, a estrutura não tem condições de operar, mas técnicos e engenheiros do governo do Estado e da Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT) atuam no local para possibilitar a ativação das comportas.

 

“Eles fizeram uma força-tarefa para poder esvaziar essa barragem e começar a fazer um trabalho de limpeza e manutenção”, destaca o coordenador da Defesa Civil de Três Coroas, Augusto Dreher. Após a secagem, que deve acontecer de forma gradual, o plano de ação da CEEE é fazer a manutenção dos equipamentos, para viabilizar a ativação da estrutura. Por fim, será mantido o controle sobre o local, com manuseio das comportas de acordo com o volume de chuva.

 

“Se a gente souber que vai chover 100 milímetros em Canela, podemos mandar esvaziar a barragem para poder reter mais água”, exemplifica Dreher. Apesar do planejamento da CEEE, não há previsão de quando deve iniciar o processo de esvaziamento.

 

Eles disseram

Augusto, coordenador da Defesa Civil de Três Coroas.
“No primeiro momento, vão secar a barragem gradualmente. Depois, vão fazer manutenção dos equipamentos”.

Teriana Selbach, sócia do Raft Adventure Park.
“Qualquer sistema que entre em operação não pode deixar de considerar a atividade turística e esportiva”.

Dificuldades para lidar no local

Entre as dificuldades que envolvem o trabalho na barragem está a falta de informações sobre a estrutura e suas propriedades. O problema não é uma novidade, mas atrasa o andamento do plano de ação, tendo em vista que mais cuidados são necessários.

Após a abertura da comporta, o conhecido paredão branco de água (foto acima) dará lugar a um muro de concreto, pois toda vazão será controlada e ocorrerá por um único local (foto ao lado). “Se abrissem as comportas e deixassem vazar água, levaria cerca de oito horas para esvaziar o reservatório”, observa o coordenador. Contudo, Dreher enfatiza que neste primeiro momento o processo será mais demorado por questões que envolvem cuidados com o meio ambiente e adaptação com o novo nível de água no leito do rio Paranhana que antecede a estrutura.

As atenções se voltaram para a estrutura após uma das comportas apresentar vazamento, no início de agosto. Desde então, a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), pasta responsável pelo patrimônio do Estado, repassou a barragem de forma definitiva para a CEEE, até regularização.

O objetivo é consertar o ponto de vazamento em conjunto com outras manutenções, que só podem ser feitas depois do secamento. Enquanto seguem os trabalhos, o acesso à barragem está totalmente restrito para a comunidade em geral.