Três Coroas e canoagem são sinônimos de um esporte que virou paixão

Por Lilian Moraes

Três Coroas é considerada um dos principais polos brasileiros da canoagem e o Rio Paranhana, constantemente revela talentos do esporte. De acordo com registros históricos disponibilizados na biblioteca municipal da cidade, tudo começou com uma brincadeira, em meados dos anos 90, quando alguns jovens que costumavam passear com bóias feitas de câmaras de caminhão perceberam que havia uma forma diferente de se divertir próximo a ponte da Avenida Santa Maria. Naturais de Novo Hamburgo, esses meninos receberam a sugestão de melhorar essa brincadeira e começaram a passear pelas corredeiras do Rio com um caiaque. Carla Denise Galle, constatou em 2003, através de um trabalho de conclusão do curso de Educação Física da Universidade Feevale, que a chegada destes meninos hamburguenses foi um dos fatores principais para o sucesso do esporte na cidade.

Desde então, o interesse pela canoagem foi aumentando e foi necessário explorar outros caminhos e o primeiro local foi as águas próximas a localidade da Linha Canastra. Fato este que ganhou destaque na imprensa local. Os treinos passaram a ser mais frequentes e os jovens precursores começaram a se interessar por competições, participando de inúmeros campeonatos e colocando o esporte em evidência. Entre alguns altos e baixos a canoagem começou a evoluir consideravelmente no ano de 1987, com a chegada da categoria slalom em Três Coroas. Até hoje o esporte proporciona muitas alegrias para o povo trescoroense com os meninos Guilherme Mapelli, Murillo Sorgetz e até mesmo com Gustavo Selbach Júnior, filho do multicampeão Gustavo Selbach. Embora tenha dado um tempo nas competições, Gustavo conta que Júnior também competiu e conquistou algumas medalhas servindo o Brasil. De acordo com Gustavo o sucesso atual também se deve a

nomes como: Fábio Haack, Leonardo Selbach, Márcio Tomazoni, Enio Winkler, Marlon Grings, Roger Eckhard, Cristian Krummenauer, Cristiano Aroz, precursores do esporte na cidade e, segundo Selbach, “a primeira geração de bons competidores.”

Parte do DNA da cidade,
canoísta que fez história
no esporte vive em Três Coroas

A história fala por si só, dono de dezenas de títulos e medalhista de Ouro na Olimpíada de Turim em 2003, Gustavo Selbach é natural de Três Coroas e embora a canoagem tenha lhe proporcionado conhecer inúmeros lugares, a sua cidade natal continuou sendo o seu destino final. Segundo o ex-canoísta, as viagens sempre tomaram muito tempo da sua vida, mas suas raízes sempre se mantiveram em Três Coroas. “A minha relação com a cidade está relacionada diretamente com o Rio Paranhana. Há cerca de quatro anos já não participo de competições e o legado que foi deixado não é só meu, é de todo o grupo que integrou a seleção brasileira na época”, destaca. Selbach também comenta sobre o começo da sua trajetória. Conforme ele relata, tinha apenas 11 anos de idade quando começou a gostar do esporte. “Acho que não levava jeito para jogar futebol (risos) e a canoagem se mostrou uma opção interessante. Não se imaginava chegar a uma olimpíada… muita coisa foi acontecendo de forma bastante natural”, relembra.
Os incontáveis títulos e sua rápida ascensão, de certa forma, contribuiu para o sucesso da canoagem na cidade. Hoje em dia, quando se fala em Três Coroas é impossível não fazer relação com este que é um dos maiores nomes da canoagem brasileira e mundial.