Por Júlia Regla
Taquara – Nascido e criado em Taquara, Bruno Bauer, de 40 anos, fez algo surpreendente e inspirador para todos aqueles que procuram por desafios vencidos. O taquarense percorreu quase 200 km em curto período de tempo e tornou-se o segundo brasileiro a atingir a marca na França.
Corridas e trilhas nem sempre estiveram presentes na vida do taquarense, que viu o esporte entrar de maneira inusitada em sua vida. “Descobri um problema de formação na estrutura óssea do quadril anos atrás[…] É uma síndrome do impacto fêmur. Ela é um problema de formação na cabeça do fêmur”, relembra o atleta que é casado, possui três filhos e por recomendações médicas, se afastou de qualquer atividade física de impacto.
Com o objetivo de mudança de hábitos, Bruno começou na academia no início de 2011. “Com um certo receio, comecei a me desafiar na esteira e aí fui criando um gosto pelo desafio de conseguir correr mais tempo, mais distâncias”, conta ele que, a partir disso, começou a participar de corridas de ruas e querer se desafiar cada vez mais.
Seu começo no esporte
Os desafios aumentaram e metas surgiram. “2013 foi a minha primeira prova que era uma meia maratona, em Punta del Este. E a partir dali, os desafios aumentaram, a corrida foi criando um espaço muito grande na minha vida. Em 2014, veio a primeira ultramaratona em Urubici e a partir daí, comecei a criar um gosto pelas distâncias mais longas”, conta.
Foi em 2017 que Bruno lançou-se para o seu maior desafio até então, a prova de cem milhas em trilhas e montanhas.
No ano seguinte, teve sua primeira experiência de ultramaratona fora do país.
Ultra-Trail du Mont-Blanc
A preparação para a ultramatona começou há muito tempo. “Eu posso dizer que desde que eu comecei a correr, fui me preparando pra poder fazer um desafio desse tamanho”, comenta Bruno que, desde o início deste ano, estava focado nos treinos e reforços musculares para concluir a prova.
Reunindo cerca de 1.700 atletas de mais de 100 países, os participantes deviam percorrer 171 quilômetros para concluir a prova, que teve início na França, passava pela Itália, Suíça e retornava para França.
Com a largada da ultramaratona sendo dia 26 de agosto, os atletas tinham 46 horas para concluí-la e Bruno conseguiu finalizá-la com 33h50. “Foi um dos melhores resultados de brasileiros na prova. Em toda (a prova), eu fui o segundo brasileiro a chegar esse ano”, conta o atleta que na sua categoria ficou na posição 347 e pela faixa etária, 77.
Desafios da prova
A prova exige condições físicas e mentais preparadas. “São vários momentos em que a cabeça é que leva o corpo que já está sofrendo”, menciona Bruno, relembrando que em determinado tempo da prova, não conseguia ingerir alimentos e o encontro com a esposa o ajudou. “Tinha certeza que ia conseguir terminar a prova a partir dali”, finaliza ele que teve inflamações no pé, mas que finalizou a prova sem lesões sérias.