A influência de Três Coroas no cenário esportivo é cada vez mais evidente quando se fala em canoagem. Seja pela participação constante de atletas naturais da cidade em competições importantes, pela utilização da estrutura três-coroense por canoístas do mundo e até pela presença frequente do multicampeão Gustavo Selbach, nos comentários das Olimpíadas.
Virou rotina. Ele que já participou de dois jogos olímpicos como atleta da canoagem slalom, vai para o seu 5º como comentarista e fala sobre a expectativa para mais uma edição, que será diferente das anteriores. “É um momento que exige muito cuidado, a própria questão da transmissão. Trabalhar de casa vai ser diferente. Felizmente, esse trabalho como comentarista no SporTV é de bastante tempo, comecei em 2004, comentando Atenas. Então, é a 5ª edição olímpica, mais outros tantos mundiais, mas é a primeira vez que vamos fazer dessa forma”, revela. “Conhecer bastante gente é uma facilidade que eu tenho, mas eu ainda não recebi maiores informações de como vai acontecer na prática essas transmissões, o que eu posso dizer é que estou acompanhando os atletas brasileiros e do mundo, que vão para Tóquio”, conta.
No total, conforme o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), cinco atletas representarão o país em duas modalidades da canoagem: slalom, que terá a jovem natural de Minas Gerais, Ana Sátila, e o paulista Pepê Gonçalves; na velocidade, Isaquias Queiroz e Erlon de Souza garantiram a vaga para Tóquio após conquistarem a medalha de bronze no Mundial em 2019. Uma terceira vaga está garantida para o Brasil, mas até quarta-feira (30) o atleta ainda não havia sido definido.
Análise dos atletas
Dentro da sua especialidade, Selbach avalia que tanto Ana quanto Pepê estão melhores do que quando disputaram os jogos olímpicos de 2016. “Eles estão muito bem preparados, diria que técnica e fisicamente (…). O ano passado foi bastante atípico porque só aconteceram duas etapas do circuito mundial, o Pedro ficou em terceiro em duas provas, a Ana venceu duas na canoa feminina e, para Tóquio, está classificada tanto para a canoa quanto para o caiaque”, explica. No caso dos homens, não há a disponibilidade de participar nas duas categorias por conta de a competitividade ser maior.
Planos para a canoagem em Três Coroas
- Desempenhando a função de coordenador da Associação Asteca de Canoagem, Selbach conta que a entidade deseja tornar Três Coroas um centro de excelência da modalidade de canoagem slalom referência na América Latina. “Nós temos estrutura, profissionais, experiência e vontade. E, com isso, vamos trazer atletas de outros países. A gente sabe que tem uma carência muito grande de estrutura de aprendizagem, de continuidade do trabalho na modalidade na América Latina e a gente quer oferecer isso”, pontua. “Queremos abrir as portas para que tenham atletas estrangeiros treinando com a gente aqui no clube e, oferecendo uma estrutura. Claro que isso gerando uma receita para aqueles profissionais que vão prestar serviço aqui, mas que vai gerar muitas coisas que é associar ainda mais a cidade ao esporte e buscar vagas tanto nas equipes de mundiais e até vagas olímpicas”, projeta o ex-atleta.
Reestruturação do parque
Gustavo também conta que a ASTECA irá revitalizar o Parque das Laranjeiras, do qual possui a gestão, além de reativar a pista de mountain bike, que já foi referência nacional, segundo o próprio afirma. “Queremos sediar competições de alto rendimento e internacionais de canoagem, reativar a pista… Então, é uma série de ações que nós queremos fazer. Muito maior do que a parte competitiva do clube, mas, sim, trabalhar para tornar a ASTECA uma associação que desenvolva uma série de ações e esteja atuando em diversas modalidades”, disse.