Cineasta gaúcha fala sobre curta metragem gravado em Três Coroas

Rio Paranhana serviu de cenário das gravações Foto: Divulgação

Três Coroas – A irreverência do Rio Paranhana e sua tradição em servir de palco para inúmeros campeões e praticantes do rafting e da canoagem também serviu de cenário para a produção de um curta-metragem.

A notícia surgiu recentemente como uma novidade, no entanto, o curta intitulado “A Pedra”, foi filmado há dois anos nas águas três-coroenses e narrou “um momento tenso de Pietra com seu pai, Júlio. Algum segredo do pai o deixa paranoico, levando-o a ser um tanto cruel com a própria filha, o que a deixa surpresa e abalada”, como conta Iuli Gerbase, diretora do curta.

Filha do casal de cineastas Carlos Gerbase e Luciana Tomasi, Iuli é formada em Produção Audiovisual e mestra em Escrita Criativa. “Sempre gostei muito de escrever, e no cinema gosto da possibilidade de misturar diferentes tipos de arte entre a pré-produção e a finalização do filme”, relata.

Em 2018, o curta faturou uma menção honrosa do júri para filmes estrangeiros no 11° Jaipur Internacional Film Festival, na Índia. Um ano depois ainda conquistou o prêmio da Crítica e melhor ator para Felipe Kannenberg no 23º Cine PE, além de uma menção honrosa no Festival de Cinema de Gramado.

Cineasta revela motivos que levaram escolher a cidade para a gravação

“Fiz rafting em Três Coroas e em Bento Gonçalves. Escolhemos o de Três Coroas porque ele era mais leve. Quando conhecemos a Brasil Raft e o Cristian, o local e a equipe pareceram perfeitos para as filmagens. Foi necessário muito apoio e confiança para que o filme fosse executado”, explica Iuli.

Como surgiu a ideia?

O processo de criação da obra também envolve o passeio feito pela gaúcha na cidade. “A ideia surgiu quando lembrei de um passeio de rafting que fiz na infância, onde o bote realmente emperrou numa pedra, e o guia solicitou que os adultos saíssem do bote. Este foi o ponto de partida, porém o resto do filme é todo ficcional. A intenção era trabalhar a dinâmica entre o pai e a filha, cuja relação complicada e distante vai se desvelando ao longo do filme”, conta.

O curta foi lançado em 2018 e tem uma duração de 19 minutos e 15 segundos, com direção e roteiro de Iuli Gerbase.

Experiência

Iuli ainda classifica a experiência da gravação no Rio Paranhana como incrível e fala sobre os obstáculos encontrados durante a filmagem. “Na pré-produção, fizemos a descida com os atores mirins para que eles se acostumassem. Eles adoraram fazer o rafting. A energia da região é muito boa, e as paisagens lindas”, diz.
“Filmar com a câmera dentro do bote foi um dos maiores desafios que já tive em um filme, já que o fluxo do rio não para e a captação é difícil, porém mantivemos o bom humor e nos viramos da melhor maneira possível, priorizando a segurança da equipe e dos equipamentos”, destaca a cineasta.