A história fala por si só. Ele é um dos maiores fenômenos da música gaúcha e, mesmo tendo falecido há 35 anos, o seu legado perdura e é responsável por manter memórias vivas. Seja em Rolante, cidade onde nasceu, ou pelo mundo, Vitor Mateus Teixeira, o Teixeirinha, é considerado um ícone não só da música como também do cinema estadual. E essa herança cinematográfica motivou a idealização de um projeto que nasce justamente para isso: preservar a história construída por Teixeirinha.
Através de uma iniciativa do produtor Carlos Peralta, proprietário da Guarujá Produções, em setembro será lançado na cidade natal do músico, o festival de filmes Teixeirinha. Em formato itinerante, o evento exibirá os 12 filmes de sua obra e tem data prevista para acontecer nos dias 9,10, 11 e 12 na cidade. Depois disso, seguirá Rio Grande do Sul e Brasil à fora.
Joyce Reis, diretora de Cultura de Rolante, explica como o festival vai acontecer. “A exibição será no espaço cultural com limitação para 30 pessoas, então vamos fazer um processo de retirada dos ingressos com antecedência. Em breve, estaremos divulgando os horários de cada filme, mas na quinta-feira, 9, na Rua Coberta, vai acontecer o lançamento oficial e vamos convidar a comunidade, respeitando todos os protocolos sanitários vigentes”, ressalta Joyce.
Filha com a palavra
- Nancy Margareth Teixeira, filha do cantor, revela o sentimento de ver a ideia saindo do papel. “Estamos muito emocionados, ansiosos e com muita expectativa. Nosso principal objetivo é que as pessoas relembrem Teixeirinha como um ator e cantor trabalhando no cinema”, conta.
“Estamos muito felizes, pode ter certeza. O nosso objetivo e o sonho é contemplar o Rio Grande do Sul todo e depois vamos em busca dos outros fãs de Teixeirinha, que são os fãs dos outros estados. Ele deixou um legado em todo o Brasil, mas vamos começar pela sua terra natal. E depois vamos em frente. Se Deus nos ajudar e que tenhamos condições, vamos levar até o norte do Brasil o Festival de Filmes Teixeirinha”, finaliza.
Interessados em acompanhar informações sobre o festival, podem seguir a página @festivaldefilmesteixeirinha no Facebook.
Produtor e cineasta fala sobre genialidade de Teixeirinha ao entender a mídia na época
Além das inúmeras características como músico, Peralta atribui o sucesso de Teixeirinha no cinema a sua capacidade de entender como a mídia funcionava na época. “Entendendo isso, ele conseguiu executar e produzir popularmente o trabalho dele. Aí está a genialidade dele. Conseguiu fazer uma leitura da comunicação da época. E a prova está aí, fez 12 filmes com milhões de espectadores”, cita. A primeira obra é “Coração de Luto”, datada de 1964. Em 1969 encenou no filme “Motorista sem Limites”. Em 1970 criou a Teixeirinha Produções Artísticas Ltda, pela qual escreveu e produziu outros dez filmes: em 1972, 1973, 1974, 1975, 1976, três em 1978 e 1980.