Volta às aulas no mês de setembro está descartada no Vale do Paranhana

Pesquisa com os pais será realizada para estudar um possível retorno Foto: Lilian Moraes

Região – O Governo do Estado do Rio Grande do Sul propôs recentemente um retorno gradual das aulas presenciais em todos os níveis de ensino, tanto na rede pública quanto na rede estadual. Conforme a sugestão, o ensino infantil voltaria primeiro, seguido do ensino superior, médio e técnico, os anos finais do ensino fundamental e, por último, os anos iniciais.

Entretanto, no Paranhana, a orientação do Governo está sendo avaliada com cautela. Joel Wilhelm, presidente da Associação dos Municípios do Vale do Paranhana (AMPARA), fala sobre o trabalho das cidades com relação ao ensino infantil. “Decidimos que durante o mês de setembro ninguém vai voltar. Na última semana do mês vamos fazer uma pesquisa com os pais, perguntando o que eles acham da possibilidade de voltar em outubro e quando, ou não voltar”, explica. “Nós vamos fazer esse questionário com todas as famílias e aí junto com a saúde e com os professores vamos analisar como vai estar a questão da pandemia. Depois disso vamos escutar os pais novamente e aí, com toda a responsabilidade do mundo, em conjunto, vamos decidir se voltamos ou não”, finaliza.

Avaliações sobre a educação infantil

De acordo com a secretaria de municipal de Educação e Esportes (SMEE) de Rolante, a situação é encarada como complexa na cidade. “Em virtude das crianças não usarem máscara, elas não vão poder usar, porque existe uma orientação da OMS que criança pequena não pode usar máscara”, explica a secretaria.
É complexo nós fazermos uma criança de 2/3 anos, que está em pleno desenvolvimento e descoberta do mundo, permanecer sentada em um lugar e que não tenham a interação com o outro. Porque o foco de toda a educação infantil é o brincar e isso estaria impossibilitado agora, com o retorno delas, porque elas não podem compartilhar brinquedos, o espaço seria compartilhado, porém delimitado. E a BNCC trás toda essa questão e o Referencial Curricular Gaúcho, de que a infância ser fundamentada no brincar e na relação com o outro”, pontua o órgão.

Já a secretaria de Educação de Igrejinha manifesta que neste momento opta pelo não retorno presencial conforme sugerido pelo governo estadual. “Optamos por realizar uma pesquisa com os pais e ou responsáveis sobre o retorno destas crianças, bem como, levando em consideração os estudos científicos que apontam que as crianças têm uma carga viral maior que o do adulto, podendo resultar em um pico de contaminação pela covid-19.”

O momento também preocupa Parobé. “Com relação a educação infantil nosso entendimento é que não há garantia de segurança. Não há como seguirmos os protocolos estipulados para crianças tão pequenas que certamente não entendem a gravidade da situação que vivemos. Nossa rede de Parobé entende que o retorno da educação infantil só deverá ocorrer mediante o surgimento de uma vacina”, afirma a secretaria.

Estratégias adotadas

IGREJINHA
 “As estratégias que estão sendo organizadas são: Uma pesquisa online para os pais ou responsáveis sobre o retorno possível às aulas presenciais, elaborada pela Secretaria de Educação; A organização das escolas, bem como os Coe-E Local seguindo todas as orientações dos protocolos caso aconteça este retorno; Uma cartilha às famílias explicando a organização deste retorno; Uma capacitação para o Coe-E Local e para os auxiliares da limpeza, no sentido de prevenir, monitorar e controlar os riscos de transmissão da covid-19.”

PAROBÉ
 “As estratégias adotadas são as de priorizar a vida e a saúde dos alunos e profissionais das escolas. O planejamento semanal ocorre na forma não presencial durante as bandeiras vermelha e laranja. Essas atividades são acompanhadas pelas equipes pedagógicas das escolas e enviadas todas as quintas-feiras nas plataformas digitais e na forma física estando disponível na secretaria de cada escola para as famílias que não tem acesso à internet. Para as famílias que não estavam retornando, neste mês está se fazendo uma busca ativa no intuito de podermos garantir que todos os alunos desenvolvam as atividades propostas. Essas atividades permitem o desenvolvimento de habilidades e competências estipuladas pela Base Nacional Comum Curricular, Referencial Curricular Gaúcho e Documento Orientador do Município. Assim estaremos proporcionando da melhor forma para o momento, a garantia da qualidade e equidade no ensino.”

ROLANTE
 “A partir de reuniões com a regional, está sendo realizado acompanhamento com profissionais da área da saúde sobre a evolução da Pandemia, considerando os protocolos de saúde do Estado e a Cogestão pela regional, será construído uma proposta de Calendário de retorno. Enquanto seguirmos sem esta definição continuaremos a distribuição das tarefas impressas e o uso da plataforma digital class rom”.

INVESTIMENTOS

Questionados sobre os investimentos feitos com relação a produtos como álcool gel, máscaras e outros itens de prevenção, Igrejinha detalhou o que já foi comprado pela cidade. De acordo com a secretaria, foram adquiridos:

Em Parobé, a SME informou que produtos adquiridos até o momento foram para garantir as condições de saúde dos profissionais que fazem entrega de materiais e para grupos de professores que estavam em planejamento presencial antes da cidade estar classificada na bandeira laranja. “Para um possível retorno, não foram adquiridos álcool gel e máscaras em grande escala. Há uma verba destinada a esse fim que entrou na conta da saúde, porém entendemos que não atenderá às exigências dos protocolos sanitários. Em termos de organização, mesmo não acreditando na possibilidade de um retorno presencial, as escolas estão em processo de construção do seu COE-L (Centro de Operação de Emergência Local). Junto ao COE está se construindo o plano de contingência que deverá ser encaminhado ao COE Central para análise e aprovação”.

Já o município de Rolante, comunicou através da secretaria que já está providenciando a compra de produtos para um possível retorno, no entanto, devido as incertezas que o momento ainda gera, as providências estão sendo tomadas com prudência. “Já fizemos orçamentos, pesquisa, está tudo organizado. Já compramos álcool gel e máscaras, mas não para todos, porque temos também um entendimento de que nessa incerteza toda, não podemos mobilizar um montante tão grande de recursos. Então estamos trabalhando com esse planejamento para que quando sinalizar, e isso será feito com 15 dias de antecedência, aí a gente providenciará essa compra”.