Riozinho forma 48 estudantes pelo Ensino de Jovens e Adultos (EJA)

Riozinho – Diplomas na mão, capelos sobre a cabeça e sensação de dever cumprido. Foi assim que os 48 formandos do Ensino para Jovens e Adultos (EJA) saíram do salão paroquial de Riozinho na noite de sexta-feira (19). A cerimônia marcou a conclusão dos ensinos fundamental e médio para moradores da cidade que não tinham terminado os estudos. O evento reuniu familiares, autoridades políticas e religiosas do município.

“Hoje é um dia de muita alegria e satisfação por saber que temos mais jovens e adultos se formando pelo nosso EJA. Somos emancipados há 33 anos, mas foi somente nesta gestão que implantamos essa modalidade”, comemorou o prefeito Marquinhos Pretto.

As aulas para moradores de Riozinho acontecem no formato híbrido, sendo presencial apenas uma vez por semana, às quintas-feiras. Neste dia, a prefeitura disponibiliza ônibus gratuito para os estudantes, que se deslocam até o polo do Serviço Social da Indústria (SESI) de Parobé.

O programa é aberto ao público em geral e tem gratuidade para trabalhadores ou dependentes da indústria. Para outros profissionais é cobrado um valor de R$ 474,00 por semestre, mas a Prefeitura de Riozinho paga bolsas para que a comunidade possa usufruir gratuitamente. No Rio Grande do Sul, a rede SESI atende mais de 8 mil alunos nessa modalidade, dos quais 17% correspondem a moradores de Riozinho.

Funcionamento e números do programa
O EJA começou a funcionar em maio de 2021 em Riozinho. De lá até aqui, duas formaturas já foram realizadas. “Logo no início, no segundo semestre do ano passado, tivemos 92 alunos. No primeiro semestre de 2022, foram 109 estudantes. Para o próximo já temos 99 inscritos”, detalhou o gerente de operações do SESI, Thiago Tarasconi Gil. Na hora de realizar a matrícula, todos os alunos fazem um teste de nivelamento. Os resultados indicam quais os ciclos de estudos que ele ainda precisa completar. “As turmas são divididas do 5º ao 9º ano e do 1º ao 3º ano do ensino médio. A pessoa pode acabar ficando mais de um semestre, mas o tempo máximo acaba sendo um ano e meio”, explicou.

Democratização do ensino
O Ensino de Jovens e Adultos – EJA é uma modalidade de ensino criada pelo Governo Federal que perpassa todos os níveis da Educação Básica do país, destinada aos jovens, adultos e idosos que não tiveram acesso à educação na escola convencional na idade apropriada e desejam concluir seus estudos.

Marquinhos Pretto, prefeito de Riozinho.
“Quando fui procurado pela Educação para implantar este programa tive uma certa dúvida, se daria certo ou não. Graças a Deus na primeira semana já tivemos 20 alunos, e assim por diante. Hoje são mais de 300 alunos participando e estudando pelo EJA. Sem sombras de dúvida deu certo e tenho orgulho de ter implantado isso na nossa gestão”.

Guilherme Wilborn, vice-prefeito de Riozinho.
As pessoas diziam que não tinham ensino fundamental completo, ensino médio completo, e acabavam sofrendo sanções no trabalho, não conseguiam cursar o ensino superior. Isso hoje aqui para nós é muito gratificante. É uma oportunidade que eles não tiveram no passado que estão aproveitando agora, e ali na frente podem se aperfeiçoar”.

Aulas com foco no mundo do trabalho
Nas aulas presenciais, que acontecem semanalmente, o foco é desenvolver pesquisas científicas e habilidades para o mercado de trabalho. “Nesse dia trabalhamos com grupos de pesquisa, trabalhos científicos e atividades para o mundo do trabalho. As matérias como português, matemática e geografia são trabalhadas dentro do sistema virtual”, disse o gerente. Atualmente, são cerca de 300 alunos que utilizam ou já passaram pela modalidade no município.

As inscrições para as turmas do Ensino de Jovens e Adultos do próximo semestre se encerram nesta quinta-feira, dia 25 de agosto.

Ensino no país
Os dados mais recentes divulgados pelo IBGE, em 2019, dão conta de que, no Brasil, mais da metade dos brasileiros de 25 anos ou mais não concluiu a educação básica. A pesquisa aponta que 52,6% dos brasileiros nesta faixa etária não concluíram o mínimo de estudo esperado. A maior parte, 33,1%, não terminou nem o ensino fundamental. Outros 6,9% não têm instrução alguma, 8,1% têm o fundamental completo e 4,5% têm o ensino médio incompleto.

Das 50 milhões de pessoas de 14 a 29 anos do país, 20,2% (ou 10,1 milhões) não completaram alguma das etapas da educação básica, seja por terem abandonado a escola, seja por nunca a terem frequentado.